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Manutenção

Mutirão no DF

Síndicos se organizam e chamam engenheiros para vistoria

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
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Síndicos fazem 'mutirão da vistoria' na Asa Norte um dia após garagem desabar no DF

Onze prédios serão inspecionados na 210 Norte. 'Preocupação aumentou a demanda', diz engenheiro civil; laje rompida na manhã de domingo (4) esmagou 23 carros.

Um dia após a queda do teto na garagem na Quadra 210 Norte, em Brasília, síndicos dos blocos da região convocaram engenheiros para um "mutirão da vistoria" nesta segunda-feira (5).

Segundo os administradores dos prédios, o acidente serviu de alerta para verificar a estrutura dos condomínios. A síndica do bloco em frente ao desmoronado, Maura Costa, solicitou nesta manhã a visita de dois engenheiros, pois o prédio do qual ela cuida "tem a mesma planta e o mesmo avanço do bloco que caiu".

"Essa parte que avança é feita para durar 20 anos,. A do nosso prédio tem em torno de 13. A análise da impermeabilização do piso já foi feita mais de três vezes."

Por precaução, a síndica explicou que o prédio tem evitado colocar muita terra e plantas em cima do avanço. "Nós temos medo do peso", disse.

De acordo com Doani Batistuffi – que administra outro bloco na Quadra 210 –, o pânico do dia do desabamento fez com que ela sugerisse o mutirão no mesmo dia. "Para ficar mais fácil e baratear o laudo, vamos fazer um mutirão para todos os blocos da 210 Norte. Estamos levantando os custos e procurando os engenheiros", disse. Ao todo, serão 11 blocos vistoriados na quadra nesta segunda-feira (5).

Carros ficarão soterrados por prazo indeterminado

A preocupação se estendeu às quadras da Asa Sul. Síndico de um bloco na 313 Sul, Renes Cunha recebeu mensagens de dois moradores. "Acho que esse acontecimento vai nos ajudar a promover uma reforma completa da rede de esgoto", afirmou.

"O grande problema é que as raízes das árvores detonam a tubulação de esgoto, provocando vazamentos que não são facilmente identificados. Esses vazamentos provocam o aumento do peso da terra sobre a laje."

Mais demanda

A demanda por vistorias aumentou muito desde o acidente, segundo o engenheiro civil Mário Galvão. Ele já atendia três prédios na Asa Norte. "Só hoje, mais de 20 síndicos me ligaram. Para atender em blocos da Asa Norte, foram mais de seis. Estava todo mundo apavorado", disse.

De acordo com o engenheiro, os prédios da região entre a Asa Sul e Asa Norte têm estruturas antigas, e, às vezes, os síndicos "podem se esquecer" de manutenções importantes, "como no sistema de incêndio e elevadores e estrutura dos prédios".

"Nós vamos ao condomínio e fazemos um trabalho preventivo. Fazemos a vistoria, vemos as prioridades do prédio, e depois damos um laudo com o que tem de ser reparado.”

Ao G1, o presidente da Associação de Síndicos do DF (Assosíndicos), Emerson Tormann, informou que a recomendação feita aos síndicos é de que "realizem a fiscalização com engenheiros, para cada tipo de manutenção nos prédios".

“A contratação do 'senhor faz-tudo' não é recomendada. Um profissional de engenharia vai verificar os trabalhos de manutenção na parte elétrica, hidráulica e rede de esgoto. A gente precisa de um clínico geral, um engenheiro que fiscalize."

Segundo Fátima Có, presidente do Conselho Regional de Engenharia do DF (Crea), no DF não há uma lei que determine uma periodicidade para a fiscalização dos prédios. “A partir dos 25 anos de vida do prédio, essa inspeção deve ser feita a cada cinco anos. Dependendo do caso, até anualmente", afirma.

Desmoronamento

O desabamento ocorrido na 210 Norte na manhã deste domingo (4) atingiu os veículos que estavam estacionados na garagem. Por causa do impacto, 23 carros foram esmagados. Ninguém se feriu.

O estouro foi ouvido por volta das 6h45, quando a laje de contenção lateral do bloco desmoronou por inteiro. "Era um barulho muito forte de alguma coisa caindo. Quando olhamos pela janela, vimos o buraco no chão", relatou a auditora Cecília Martins, uma das primeiras moradoras a descer para a garagem e testemunhar os carros esmagados.

Após buscas no local, os bombeiros informaram que ninguém ficou ferido, mas os moradores relataram o momento de desespero ao verem o buraco formado pela queda do piso.

"O medo ainda está em nossos ouvidos. Para qualquer barulho que a gente escuta, volta a sensação de que vai acontecer algo mais", afirmou a dentista Karine de Castro.

A síndica do prédio, Monica Evangelista, afirmou que o seguro para arcar com os danos materiais seria acionado. A apólice custa R$ 3 mil anuais e cobre desmoronamentos, mas, de acordo com o corretor responsável, as despesas dos carros terão de ser pagas pelo seguro de cada proprietário. Até o momento, não se sabe o valor total do prejuízo.

Fonte: g1.globo.com

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