Condomínio tem uma torre no caminho do monotrilho
Um prédio com 68 apartamentos entrou no meio do caminho do polêmico monotrilho do Morumbi, na zona sul de São Paulo. Com apartamentos avaliados em R$ 490 mil, em média, o Condomínio Andalus tem uma de suas seis torres exatamente em cima do traçado previsto pelo Metrô para a Linha 17-Ouro. Por causa disso, todo o prédio de seis andares terá de ser desapropriado e demolido, o que deverá custar cerca de R$ 33,3 milhões aos cofres públicos.
O empreendimento recebeu o alvará de execução de nova edificação no dia 14 de novembro de 2009, antes de o traçado ser definido. O Metrô usou essa planta para fazer o projeto do monotrilho, que foi divulgado em 2010. Nesse traçado, apenas uma pequena área de cerca de 13 metros de largura seria desapropriada do terreno do empreendimento. Para não ter de desapropriar o prédio inteiro, o Metrô escolheu exatamente onde estava sendo prevista a construção de uma área verde, como um jardim interno ao edifício.
Mas, durante o andamento do processo referente ao alvará de execução, houve uma mudança nas plantas fornecidas pela Cyrela, a dona do empreendimento. O projeto que acabou aprovado é diferente daquele usado pelo Metrô para fazer o traçado do monotrilho. Na nova versão, a área verde não existe mais e uma das torres ocupa o local. É esse novo plano que está sendo executado no terreno - as obras estão quase prontas e a previsão de término, segundo o site da Cyrela, é o fim deste ano.
Dessa maneira, uma das pistas da Via Perimetral, avenida que vai receber o monotrilho no seu canteiro central, ficaria bem em cima de onde hoje está o prédio. Segundo corretores da Cyrela, todas as unidades já foram vendidas. A construtora nega qualquer irregularidade na obra e na apresentação das plantas.
Responsabilidade
O Ministério Público Estadual (MPE) ainda apura de quem é a responsabilidade por esse prejuízo. Um dos investigados é o setor comandado pelo ex-diretor Hussain Aref Saab, investigado por acumular mais de 125 apartamentos em sete anos, que era responsável por aprovar todos os empreendimentos com mais de 1,5 mil m² na cidade. A Promotoria quer saber por que o órgão aprovou a construção de um prédio onde já estava sendo prevista a passagem do monotrilho.
Uma das hipóteses, segundo o MPE, é que a Cyrela queria forçar uma mudança no traçado do monotrilho. Um croqui desenvolvido pela construtora no primeiro semestre de 2011, em desacordo com parâmetros do edital de construção do monotrilho, mostrava que a desapropriação seria realizada quase que inteiramente sobre o terreno do São Paulo Futebol Clube que fica no outro lado da rua. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: http://www.dgabc.com.br
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