Normas contra incêndio
Presidente da ABPP comenta recente caso fatal em SP
Cumprimento de normas e uso adequado de itens de proteção passiva poderiam ter evitado mortes por incêndio em prédio na zona sul de São Paulo
Em 19 de março, um incêndio em um apartamento de um prédio residencial na Rua Gabriele D'Annunzio, no bairro de Campo Belo, zona sul da capital paulista, mobilizou dez viaturas do Corpo de Bombeiros, que conseguiram dominar as chamas após duas horas. A corporação atendeu cerca de 12 a 15 pessoas no local e duas morreram por parada cardiorrespiratória após inalar a fumaça.
Na análise de Rogério Lin, Presidente da ABPP (Associação Brasileira de Proteção Passiva Contra Incêndio), as mortes poderiam ter sido evitadas com o cumprimento de normas técnicas e o uso e o funcionamento adequados dos itens de proteção passiva instalados no edifício.
Segundo ele, de acordo com depoimentos de alguns condôminos ouvidos por equipes de reportagens no local, a edificação possuía escada PF (à prova de fumaça), mas as portas corta-fogo – importantes equipamentos de prevenção e combate a incêndio que atuam bloqueando, impedindo ou retardando a propagação das chamas, do calor, da fumaça e dos gases, de um ambiente para o outro, e que dão acesso à rota de fuga, no caso a escada PF, poderiam estar abertas com calços para que os moradores não tocassem nas maçanetas por conta da Covid.
Além disso, está sendo investigada a possibilidade do sistema de pressurização da escada não ter operado no momento do incêndio.
Também chamou a atenção do executivo a falta de verga/peitoril de 1,20m nas varandas/sacadas fechadas com vidros, o que permite que o fogo escale para os pavimentos superiores com extrema facilidade. “O adequado seria o uso de guarda-corpo de vidro resistente ao fogo ou uma mureta em alvenaria”, diz Rogério.
Outro ponto é a tipologia do prédio. Para o presidente da ABPP, se observarmos o prédio de cima, como se estivéssemos em um helicóptero, a tipologia, ou seja, o projeto estrutural, promove a formação de um efeito semichaminé que propicia um rápido alastramento do fogo com labaredas muito altas e um incêndio de grandes proporções. “Duas vítimas fatais em um incêndio destes é muito triste. O incêndio foi no 3º pavimento e as mortes foram no 8º e 13º andares. Se as normas técnicas fossem cumpridas e tudo estivesse funcionando corretamente, talvez as mortes não tivessem ocorrido”, lamenta Rogério Lin.
Informações sobre prevenção passiva contra incêndio estão disponíveis no site da ABPP, em www.abpp.org.br
Fonte: Assessoria de Imprensa ABPP (Associação Brasileira de Proteção Passiva Contra Incêndio).