Nova demanda
Pet places atraem mais compradores em residenciais
Playground para animais nos condomínios influencia decisão de compra
Segundo construtoras, demanda é cada vez maior entre clientes de todas as classes, e em alguns casos supera exigência de área kids
Se morar em apartamento já foi um complicador para se ter um animal de estimação, nos últimos anos está deixando de ser: acompanhando a demanda dos potenciais compradores, construtoras têm incluído em seus projetos os pet places, parquinhos concebidos especialmente para a recreação de bichos dentro de condomínios.
Foi o que fez o grupo Patrimar em suas duas primeiras construções de luxo no Rio, localizadas na Avenida das Américas: o Oceana Golf, lançado em 2021, com um espaço de 45 metros quadrados para pets, e o Atlântico Golf, lançado este mês, com área de 70 metros quadrados para eles. Os parques têm gangorras, tubos, pneus, bancos, rampas e bebedouros.
"Posso dizer que, hoje, 95% dos nossos empreendimentos dispõem dessa área", diz Juliana Lembi, gerente de novos projetos do grupo Patrimar.
"As construções dos últimos cinco anos já foram projetadas com pet places. Esses espaços são uma tendência que veio para ficar, porque há uma demanda crescente, até maior do que a exigência de playgrounds. E ela vem dos mais variados perfis de renda; tanto que o grupo procura incluí-los até nos empreendimentos mais econômicos. É muito mais fácil e seguro não precisar sair do condomínio para brincar com o pet. Fizemos uma pesquisa este ano e constatamos que o espaço pet é uma área pela qual as pessoas estariam dispostas até a pagar um pouco mais para ter dentro dos condomínios", adiciona.
Área influencia na decisão de compra
Condomínios do segmento econômico e médio da Patrimar, o Novolar Recreio, o Novolar Vargem Grande e o Reserva Mirataia, no Pechincha, também têm espaço para pets. São ambientes ao ar livre e com predominância de vegetação, condições ideais para o conforto do animais, explica Juliana Lembi:
"Fizemos pesquisas com lojas e hotéis para pets e descobrimos que a melhor superfície para eles é a grama. Procuramos sempre plantar árvores também, porque gera sombra e deixa o ambiente mais agradável".
Em uma área verde de 200 metros quadrados, o pet place do Ilha Pura, na Avenida Salvador Allende 3.200, dispõe de equipamentos como tobogã, pula-pula e argolas. O espaço também recebe feiras para cães e gatos, com barracas que comercializam itens como roupas e comidas.
"Fomos um dos pioneiros a construir espaços para pets", diz Yone Beraldo, gerente de marketing da Carvalho Hosken, construtora que ergueu o condomínio, entregue em 2018.
"Agora, a tendência é que nossos olhares se voltem ainda mais para a criação dessas áreas, porque durante a pandemia as pessoas passaram a se dedicar mais ao lar e à família, e o pet virou um parente. Hoje há pessoas que compram um apartamento por causa da área pet".
Condomínio que será entregue pela Avanço Realizações Imobiliárias, o Park View, na Rua Cláudio Abramo 50, no Recreio, é o primeiro empreendimento da construtora concebido com pet place, com atrativos como túnel, barras para saltos simples e rampa com escalada, em uma área de 22 metros quadrados. Tudo feito com polietileno, material que não machuca o pet e pode ficar exposto ao tempo, além de ser reciclável e atóxico. Arquiteta da empresa, Monique Nunes garante que esse é só o começo.
"Temos estudos de um empreendimento multifamiliar na Zona Norte, a ser lançado no ano que vem, que prevê pet place. Se os animalzinhos estão mais presentes no dia a dia das pessoas, por que não estender a opção de lazer a eles?", indaga.
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