Moradores denunciam problemas em condomínio popular de Juiz de Fora
Problemas de infraestrutura e de violência são as preocupações.PM e Caixa informaram que soluções estão em andamento.
O Residencial Araucárias, no Bairro Sagrado Coração, em Juiz de Fora, ficou pronto há dois anos, com 18 blocos onde moram 380 famílias. No entanto, os moradores denunciam uma série de problemas. As áreas de lazer estão pichadas e parcialmente destruídas. O balanço das crianças foi arrancado e jogado no chão. Em outros pontos, há esgoto vazando e lixo espalhado. Gerente da Caixa Econômica Federal informou que acompanhamento no local foi reforçado para que os problemas sejam resolvidos.
“Cada pessoa que chega dizendo ser síndico, não consegue convencer os outros a cooperarem. Acredito que isso teria que ter um atendimento com algum assistente social. As pessoas precisam aprender cuidar de onde moram”, disse a empregada doméstica Luiza Marques. A maior preocupação dos moradores é que as áreas de lazer se tornaram ponto de consumo de drogas. As famílias estão impedindo que as crianças fiquem sozinhas nestes locais.
A violência também é outra preocupação. Várias janelas estão com os vidros quebrados. Uma moradora que preferiu não se identificar contou que, em apenas um dia, quatro apartamentos foram arrombados. O resultado é que alguns moradores abandonaram as casas.
“Tem muito morador que já mudou por causa de arrombamento. Eles roubam, levam tudo o que a gente tem e fica por isso mesmo”, contou. A dona de casa Emília da Silva foi uma das pessoas que teve o apartamento arrombado. “Quando eu cheguei em casa, minha televisão e meu DVD tinham sido roubados. Além disso, minha casa estava toda revirada”, falou.
Na semana passada, vândalos colocaram fogo no carro de uma moradora. No local, foi encontrado um litro com restos de gasolina que teria sido usada no incêndio.
Outro problema é que algumas residências do condomínio ficam na parte mais alta e é preciso bombear a água das caixas em alguns blocos. No entanto, há desabastecimento. Moradores afirmam que chega a faltar água por vários dias.
“Nós estamos com esse problema há muito tempo. Precisamos de um síndico ou administradora que faça uma ação conjunta com a Cesama para que essa água seja rateada entre os blocos, e não para 380 apartamentos”, comentou o professor Hasenclever Fontes.
Ainda de acordo com os moradores, dos 380 apartamentos, apenas 105 pagam o condomínio de R$ 90 regularmente. Eles contam que os serviços não são feitos como deveriam. A administração é feita por uma empresa especializada. “A síndica vem no condomínio uma vez por semana e depois some. Nós queremos falar, mas não conseguimos”, lamentou a dona de casa Luciene Roberta da Silva.
A síndica, Maria Auxiliadora, não mora no condomínio e afirmou que a alta inadimplência dificulta a administração. “Nós precisamos que todos paguem seus condomínios. Sem dinheiro não fazemos nada. Com quem paga, nós arrecadamos R$ 9 mil. Só a conta de água é R$ 15 mil. Não conseguimos pagar nem água, nem luz, nem mão de obra. Não dá para fazer nada sem dinheiro”, destacou.
Soluções
O assessor do 27º Batalhão da Polícia Militar, Capitão Jean Michel Amaral, reforçou que já houve instalação de patrulhamento preventivo.
“Nós recebemos demandas daquela comunidade e então passamos a colocar uma viatura exclusiva para patrulhamento no Bairro Sagrado Coração”, disse. Ele afirma que o acompanhamento da PM e as informações vindas dos moradores determinam o trabalho na região. “O momento do patrulhamento depende do que vêm acontecendo lá. Os levantamentos que a Polícia Militar faz e as solicitações da comunidade vão gerar o programa de policiamento. Ou seja, a viatura vai passar lá no momento em que o problema estiver acontecendo”.
Sobre o registro de arrombamentos e invasões, ele reforça a importância da denúncia. “Essas questões dependem de informações da comunidade. É para isso que existe o telefone 181. O infrator que quer arrombar o apartamento ele vai observar a rotina do morador. E com uma rede de vizinhos se protegendo são medidas preventivas que podem colocar o morador em mais segurança no seu apartamento”.
Já o Superintendente Regional Caixa Econômica Federal em Juiz de Fora, Luiz Guilherme de Campos, reforçou que há um acompanhamento de diferentes setores para que os problemas no residencial Araucárias sejam resolvidos. “O trabalho da Caixa vai sempre apoiar essa população, junto com a Prefeitura, Cesam
Luiz Guilherme de Campos disse ainda que o programa habitacional do Governo Federal entregou na região de Juiz de Fora mais de 2.600 unidades. “Todo empreendimentos do programa 'Minha Casa Minha Vida' tem ligação de água individual. Tinha um problema de esgoto lá, nós fizemos uma parceria com Prefeitura e Cesama e resolvemos nesse final de semana. Isso que tem que acontecer, todo mundo se movimentar buscando soluções”.
Segundo ele, o governo repassou recursos para as melhorias no local. “Nós assinamos um convênio, recursos do Governo Federal que veio para a Prefeitura junto com a Caixa, de parte técnico-social, de dar mobilidade para as pessoas que estão lá saberem viver em comunidade”.
Fonte: http://g1.globo.com/
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