Novo vizinho
Prédio tombado em SP quer evitar construção ao lado
Moradores de prédio tombado em SP querem barrar edifício de 18 andares
Edifício da década de 1950 em Higienópolis é assinado pelo arquiteto João Artacho Jurado. Em outro prédio histórico, moradores tentam barrar reforma.
Moradores de prédio tombado em Higienópolis, na região central de São Paulo, tentam impedir a construção de um edifício de 18 andares ao lado. O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Conpresp) já autorizou o uso do terreno atrás do prédio tombado.
O edifício Bretagne foi inaugurado na década de 1950 e é assinado pelo arquiteto João Artacho Jurado. O prédio possui várias das características da arquitetura modernista da época, como as enormes colunas e os vãos livres. Ao lado dele há um casarão antigo e, atrás, um terreno enorme.
A polêmica do novo arranha-céu se deu porque o espaço do casarão foi doado pela antiga dona, Leonor de Barros de Camargo, em 1942, com a condição de que fosse usado para fins religiosos pela igreja católica.
Mas a Cúria vendeu o terreno para uma construtora que quer erguer o novo prédio. O próprio Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Conpresp) já autorizou o uso do terreno atrás do prédio tombado.
O casarão pertencente à Cúria Metropolitana, o Colégio Sion e o Edifício Bretagne estão todos próximos e são tombados individualmente pelo Conpresp. Há um projeto de tombamento do conjunto dos prédios no conselho estadual, o Condephat. Com a construção do novo prédio, os moradores reclamam que essa ideia pode acabar de vez.
“Um bairro que já está tão loteado, mais um outro empreendimento imobiliário nesse teor, com esse volume todo, com essa... Com esse impacto visual, é algo que vai incomodar bastante”, afirma o publicitário Mário Moreira.
Reforma em prédio histórico
Na mesma rua, moradores de outro prédio construído por João Artacho, o Apracs, tentam impedir obras de renovação propostas pelo conselho do condomínio. As fotos do projeto mostram que eles querem construir um deck e cercar o prédio com placas de vidro. A guarita também vai ser reformada. O prédio recebeu o selo de valor cultural da cidade e está em processo de tombamento. A reforma já foi parar na justiça porque a assembleia que decidiu pela obra tinha pouca gente.
“Segundo as leis que regem os condomínios, [a assembleia] tem que ser aprovada no mínimo por três quartos das unidades, e não foi atingido esse quórum”, diz o advogado dos moradores, Marcelo Bezerra.
"A arquitetura original dele vai ser preservada, nós simplesmente vamos modernizar essa entrada, adequando ao que existe hoje no mercado. E com ceretza vamos ganhar muito em valorização no prédio. E todo mundo vai ter o seu patrimônio valorizado aqui", afirma o síndico, Celso Neves Dacca.
Fonte: http://g1.globo.com