Secovi-SP muda diretoria e irá apostar na mobilidade urbana
Paula Cristina
Para manter o ritmo de crescimento acelerado de vendas de imóveis em São Paulo este ano, o Sindicato das Empresas de Compra Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) focará em estudos e viabilização de mobilidade urbana. O novo presidente da entidade, Claudio Bernardes, que será empossado esta noite (6), entra na função de olho nas pessoas que trabalham na cidade de São Paulo e querem morar em suas adjacências.
O executivo, entra no lugar de João Crestana que presidiu a entidade por quatro anos e meio vem com as apostas na Grande São Paulo.
"Locais como Diadema, Guarulhos, São Bernardo, terão um crescimento acima do de São Paulo, muito em razão da falta de terrenos, mas para que as pessoas comprem apartamentos nessa região é preciso que sua volta para a capital, para trabalhar, seja viável", diz Claudio Bernardes.
E, de acordo com o executivo, que também é presidente da Ingaí Incorporadora, este será o foco do Secovi-SP. "Falamos de uma associação que existe há mais de 60 anos, isso significa que o objetivo geral, o norte do trabalho, é sempre o mesmo, mas na minha gestão, vamos investir em estudos de mobilidade", disse.
Os estudos, segundo Bernardes, já estão em andamento e serão conversados nas esferas estadual e federal. "É preciso trabalhar em parceria com o governo, mostrar a viabilidade de algumas ações e melhorar a locomoção das pessoas que transitam de uma cidade para outra."
E para os lançamentos na Grande São Paulo, a expectativa do executivo é que o crescimento seja mais ordenado e sustentável do que o que aconteceu em São Paulo. "Temos uma perspectiva de crescimento muito boa nessa região, e trabalhamos com a prefeitura para que esse crescimento seja ordenado."
"Para isso", continua Bernardes, "trataremos com os secretários do município e buscaremos um melhor contato com a prefeitura".
O executivo explica ainda que o crescimento acelerado na venda de imóveis em São Paulo resultou em problemas que hoje são sentidos pela população.
"Com relação ao crescimento do setor este ano, a expectativa do empresário é que o setor acompanhe a economia. "Não podemos esperar um ano atípico, como foi o ano de 2010, quando havia demanda reprimida, havia liberação de crédito e havia uma classe C que crescia muito", disse.
"Mas esperamos, sim, um ano bom, porque temos perspectiva de crédito para financiamento, e ainda há bons negócios, ainda há equilíbrio", disse.
Outro setor que deve registrar um aumento este ano, são os imóveis no interior do estado. "Trabalhamos em parceria com representantes regionais do Secovi-SP, e notamos que o crescimento sustentável é de interesse comum, principalmente nas cidades que estão vivendo agora esse momento de crescimento na oferta de imóveis", completou.
Casas perdem força
Um mercado que tende a diminuir o ritmo de expansão este ano, de acordo com Bernardes, será os condomínios com casas para vender. De acordo com o presidente do Secovi-SP, em 2011 foram vendidas cerca de 900 unidades de casas no Estado distribuídos em 81 novos condomínios residenciais, o que significa 3% dos 30.600 unidades vendidas de apartamentos. "Esse número vem caindo por uma série de motivos", diz o executivo, que completa: "Um deles é a dificuldade de se encontrarem terrenos aptos para esse tipo de empreendimento, outro é o custo".
Essa forma de negócio, no entanto, não sumirá: "Não podemos dizer que não haverá mais este modelo de empreendimento, porque há regiões em que não podem ser construídas casas onde a solução é esse tipo de negócio, mas ele vem perdendo espaço nos últimos anos, e continuará a perder um pouco a cada ano."
Na contramão das casas, os condomínios logísticos (que têm galpões) também são tendência para este ano. "Com a força do comércio eletrônico [e-commerce] as empresas precisam de galpões logísticos, e isso puxa o setor."
"Além disso", detalha, "temos melhores rodovias e saídas para todo o País, o que incentiva as empresas a abrirem novos empreendimentos em cidades de fácil acesso rodoviário", afirmou.
Sobre o perfil dos lançamentos este ano, o executivo afirma que não haverá grande mudança. "Isso é padrão no Brasil, imóveis de dois dormitórios.
Outro tema que ganha força no setor de compra e venda de imóveis é o comércio internacional. Assim como o brasileiro ganha espaço nas vendas em Miami, nos Estados Unidos, o sudeste também é foco de estrangeiros que querem ter seu imóvel no País. "Temos dois perfis de cliente: o investidor, que acha o Brasil um bom investimento, e o turista, que quer uma residência no País", disse. Para atender justamente a esse público, o Secovi-SP já planejou uma palestra com a finalidade de tratar deste assunto.
Fonte: http://www.dci.com.br
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