Após desabamento no Rio, Crea recebe 140 denúncias sobre obras
'Todas serão analisadas por técnicos', garante conselheiro da entidade. Ele orienta síndicos a exigirem o nome dos responsáveis por obras.
Lilian Quaino
O engenheiro Luiz Antonio Cosenza, presidente do Conselho de Análises e Prevenção de Acidentes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), disse nesta segunda-feira (29) que a entidade recebeu 140 denúncias sobre obras supostamente irregulares em edifícios nos dias após os desabamentos dos três prédios que ruíram na Rua Treze de Maio, no Centro, na noite de quarta-feira (25).
“Todas serão avaliadas por técnicos do Crea”, garantiu Consenza.
O engenheiro explicou que obras de reforma dentro de casas, prédios e salas comerciais não precisam de autorização da prefeitura, mas que se forem alterar a estrutura do prédio, é preciso que um engenheiro ateste que a mudança não é prejudicial à construção. Esse engenheiro fica responsável por tudo o que acontecer em relação à obra, disse Cosenza.
“Para o Crea-RJ, mexeu em parede, tem que ter um engenheiro para autorizar e assumir as responsabilidades”, disse ele, informando ainda que as obras no Edifício Liberdade, o maior e primeiro a cair sobre os outros dois menores, não tinham responsável técnico.
Por isso, ele aconselha que os síndicos de prédios em que haja obras ou reformas se informem sobre o que está sendo feito e exijam um documento com o nome do responsável técnico e comunique ao Crea-RJ. “Essas informações ou denúncias sobre obras podem ser feitas pelo telefone (21) 2179-2000”, informou o engenheiro.
Ele disse que o Crea-RJ vai ouvir no máximo até a próxima semana o engenheiro Paulo Sérgio da Cunha Brasil, que teria emitido um laudo a respeito de uma sobrecarga de peso na laje durante a obra em um dos prédios que desabaram.
O engenheiro Luiz Antonio Cosenza acompanhou a retirada dos escombros dos prédios que desabaram e, na sua opinião, a remoção “tinha que ser rápida como foi”.
“Não só pela possibilidade de poder haver algum sobrevivente, como também para que se possa avaliar as condições do prédio vizinho ao Edifício Liberdade”, disse ele.
Síndico pediu informações
Entre várias hipóteses e informações contraditórias, a suspeita de que uma obra provocou o desabamento de um dos três prédios da Avenida Treze de Maio, no Centro, está entre as principais linhas de investigação da polícia. O síndico diz que pediu informações sobre as obras. No domingo (29), o Fantástico mostrou com exclusividade os documentos.
Fonte: http://g1.globo.com
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