Moradia e perspectivas do mercado condominial para 2024
A promessa é de que 2024 seja um ano positivo, que consolide o novo padrão de moradia nos condomínios, baseado em muita tecnologia e facilidades. Perfil de moradores mais exigentes demandará mais de gestores
Morar faz parte do estilo de vida de cada indivíduo na sociedade em que vivemos hoje. A escolha da localização, arquitetura ou serviços condominiais reflete a forma como um cidadão, ou sua família, optaram por se relacionar com o espaço e com o tempo. Não é mais possível falar em moradia sem incluir serviços, mobilidade e mais recentemente, tecnologia.
Por essa razão, os conceitos de smart living e prédios digitais continuarão a se expandir e a se consolidar em 2024.
Da mesma forma que ocorreu com indústrias como a fonográfica, de telefonia ou a automobilística, entre tantas outras, a digitalização chegou para ficar aos empreendimentos imobiliários.
Os imóveis estão cada vez menos analógicos e os serviços digitais oferecidos aos condôminos fazem toda a diferença na experiência dos moradores.
Apartamentos conectados não refletem mais a complexidade do que chamamos hoje de moradia inteligente ou smart living.
Para entender o que isso representa, é necessário incluir toda a estrutura do condomínio. Não é mais suficiente ter uma academia bem equipada, a expectativa do morador contemporâneo abrange, além de agendar o horário no equipamento pelo celular, garantir também a presença de personal trainer indicado pelo aplicativo do condomínio, e até mesmo a compra de roupas e acessórios de ginástica.
Os desafios de mobilidade encontrados nas grandes capitais brasileiras, e que se repetem nas megalópoles pelo mundo, influenciam cada dia mais na decisão de morar ou não em um determinado empreendimento. Os condomínios passam, então, a inovar e oferecer soluções para o problema.
Muito além da localidade, a moradia inteligente incorpora em seus serviços digitais aplicativos de carona e de aluguel de carros com conforto e, acima de tudo, proteção ao condômino.
O que antes parecia reservado aos prédios de ‘luxo’ ou ‘alto padrão’ se torna cada vez mais exigido por uma classe média, que conhece as vantagens, inclusive financeiras, dos serviços digitais.
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Esses são apenas alguns exemplos. Outros pontos como segurança, conforto e serviços diferenciados sempre estiveram no horizonte de decisão de quem cogita comprar ou alugar um apartamento. Eles, entretanto, estão atualmente muito mais permeados pelas novidades tecnológicas, impactando positivamente na experiência do morador e no trabalho dos administradores e equipe técnica.
O mesmo vale para o conceito de edifícios digitais, uma evolução na relação entre condôminos e espaço físico.
Se antes o prédio era um ativo analógico, ele está próximo de se tornar um device, ou seja, um equipamento digital, com diversos aplicativos e serviços, assim como ocorreu com o telefone celular ao se transformar em smartphone há cerca de 30 anos. Trata-se de uma verdadeira revolução, uma vez que o modelo de moradia se encontrava estagnado há alguns séculos.
A digitalização dos imóveis também permitiu a ampliação da ideia de compartilhamento, que tem tudo para se firmar neste e nos próximos anos no Brasil e no mundo.
No mesmo condomínio, já é possível encontrar perfis diferentes de condôminos e interesses sem afetar a eficiência administrativa, já que a tecnologia torna as soluções mais ágeis e desburocratizadas. Isso ainda atrai novos investidores para o mercado imobiliário, criando um círculo virtuoso com novas oportunidades para o setor e segmentos adjacentes.
Vale ressaltar, nesse aspecto, que 2024 é um ano que deve seguir com o mercado aquecido. O principal motivo é a tendência de queda de juros no país, que facilita a tomada de crédito e, portanto, faz crescer as aprovações de financiamento imobiliário.
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Esse cenário deve beneficiar ainda mais fortemente a compra e venda de imóveis residenciais que estão, em geral, com boas perspectivas de valorização.
Isso acontece porque o Brasil, diferentemente de alguns países do primeiro mundo que estão em estabilidade ou até mesmo queda demográfica, ainda apresentará pelos próximos 15 ou 20 anos uma demanda de imóveis residenciais na faixa de 1,5 milhão por ano.
Diante das principais tendências para 2024, o ano deve trazer ótimas oportunidades para todo o setor. Isso não significa, contudo, que tudo são flores.
O novo perfil de morador, seja comprador ou locatário, é mais exigente e conectado, e por isso, requer dos administradores mais versatilidade, conhecimento e, acima de tudo, a busca de bons parceiros que atendam as demandas tanto dos condôminos como dos profissionais responsáveis pela boa gestão dos espaços.
(*) CEO e fundador da Housi.