Plano Diretor em SP
Após 5 anos, cidade ganhou muitos edifícios
Plano Diretor causa crescimento no nº de prédios perto de terminais de ônibus e de estações do Metrô em SP
Desde 2018, foram construídos 250 edifícios próximos a centros de transporte público na capital, ajudando a melhorar o tráfego
O Plano Diretor, que completa 5 anos nesta quarta-feira (31), trouxe mudanças nas regras de construção de moradias na cidade de São Paulo.
Desde 2015, prédios altos só podem ser erguidos em áreas próximas ao transporte público, como estações de Metrô e terminais de ônibus, no chamado eixo do bairro. No miolo, dentro dos bairros, o limite para novos edifícios é de oito andares.
Dados da Prefeitura mostram que o adensamento populacional realmente está ocorrendo nessas áreas. Nos 4 primeiros anos do plano diretor, 250 grandes empreendimentos foram licenciados pela Prefeitura – a maioria prevendo poucas vagas de garagem, para forçar o uso do transporte público.
Assim, a lei provocou uma disputa por espaço. Com isso, as construtoras foram atrás de áreas onde pudessem subir espigões, muito mais rentáveis para elas. O problema é que parte dessas áreas já está saturada. Segundo a Prefeitura, os eixos de transporte público representam apenas 3,5% da área da capital.
Transporte público
O adensamento das áreas com oferta de transporte público pode diminuir os congestionamentos.
Relator do Plano Diretor e professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Nabil Bonduki defende que o plano aprovado estimula o uso do transporte de massa.
“Hoje a cidade está se adensando mais nos eixos de transporte coletivo e os bairros estão mais preservados do que antes, na medida que ficou mais caro e mais difícil construir no miolo de bairros. Acho que, com isso, a cidade começa a ganhar outra estrutura, e isso é muito positivo", disse.
"A cidade precisa de mais habitação, então é normal que haja um processo de verticalização em algumas áreas. O que é importante é que a verticalização aconteça onde está planejado que ela aconteça”, acrescentou Bonduki.
O Sindicato da Habitação, que representa o setor imobiliário, porém, faz uma pressão para que a regra dos prédios mais baixos seja mudada, e os espigões sejam liberados, mesmo longe do transporte público.
O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando Chucre, afirma que já prepara uma revisão do Plano Diretor em 2021, quando a lei já permite que sejam feitas alterações. Mas outras mudanças podem ser feitas ainda neste ano, segundo ele.
“Todos os empreendimentos viabilizados nos eixos têm características, tem uma tipologia, um tipo de apartamento muito específico, e isso não é desejável a médio e longo prazo. Se você considerar que está vendendo um único produto nessas regiões, sob o ponto de vista de mercado e sob o ponto de vista de cidade. É isso o que o município está estudando agora, se cabe algum tipo de ajuste para viabilizar outros produtos nos eixos estruturantes”, afirmou Chucre.
Fonte: g1.globo.com