Porteiro queimado
Profissional retomou a consciência 15 dias depois
Porteiro retoma consciência 15 dias após ser incendiado no RJ e se emociona ao ouvir a mãe
Segundo a irmã, Camila Quintanilha, Jefferson está com os olhos abertos e respira 60% sozinho. Homem jogou gasolina e ateou fogo quando ele trabalhava, em Teresópolis.
O porteiro Jefferson Quintanilha, de 23 anos, começa a retomar a consciência 15 dias após ter sido incendiado na guarita do condomínio onde trabalha e mora, em Teresópolis, Região Serrana do Rio. Ele se emocionou ao ouvir a voz da mãe nesta terça-feira (3), segundo contou a irmã, Camila Quintanilha.
Ela disse que Jefferson está com os olhos abertos, respira 60% sozinho e está com pouca sedação. O crime aconteceu no dia 19 de junho, no conjunto habitacional Fazenda Hermitage, no Parque Ermitage. O principal suspeito, Marcelo Cavalcanti Gomes, também é morador do local e, segundo a Polícia Civil, a motivação do crime é ciúme.
"Estamos bem confiantes. O médico disse que ainda é muito delicado, mas ele teve uma evolução", disse Camila.
O crime foi registrado pelas câmeras de segurança do condomínio e o vídeo, cedido pela PM, mostra o suspeito abrindo o galão de gasolina. Em seguida, ele entra na cabine e joga o combustível no rosto do porteiro, ateando fogo com um isqueiro.
Jefferson foi levado inicialmente no Hospital das Clínicas de Teresópolis (HCT) e, no dia seguinte, foi transferido de helicóptero para o Hospital stadual Vereador Melchiades Calazans, em Nilópolis, especializado em atendimento de pacientes com queimaduras. Nesta quarta-feira (4), a Secretaria de Estado de Saúde disse ao G1 que o estado dele é grave.
As imagens da câmera de segurança mostram o jovem em chamas saíndo correndo da cabine, enquanto o agressor saia tranquilamente. Em seguida, ele correu 300 metros até em casa e foi abraçado pela mãe na tentativa de apagar o fogo.
O suspeito de atear fogo em Jefferson, Marcelo Cavalcanti Gomes, se entregou à polícia três dias depois do crime. O delegado responsável pelo caso, Leandro Aquino, afirmou que a motivação foi "ciúme excessivo".
"Ele acreditou que a vítima, o Jefferson, estaria tendo um caso com a companheira dele e que esse caso teria se consumado dentro da casa que ele vivia com ela", afirmou.
Leandro disse que descartou a possibilidade de que Jefferson tivesse qualquer envolvimento com a mulher de Marcelo. Jefferson, inclusive, está há dois meses em seu primeiro relacionamento.
"Escutamos diversas pessoas ali do condomínio. De fato não há nenhuma prova. Nós não suspeitamos em nenhum momento que o Jefferson, de fato, tenha esse relacionamento extraconjugal", afirma o delegado.
De acordo com a polícia, Marcelo vai responder pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado e crime de incêndio. A pena pode chegar a mais de 40 anos de prisão.
Testemunha
Almerico Portela Corrêa estava no interfone quando o agressor entrou na cabine, jogou gasolina e colocou fogo no porteiro. Ele contou para a Inter TV o que viu e reproduziu, em entrevista ao RJ Inter TV, as palavras que ouviu do agressor.
"Só escutei uma voz assim: toma a tua parte", disse Almerico.
Fonte: g1.globo.com