Porteiro queimado
Morador do condomínio jogou gasolina para queimar porteiro
Porteiro incendiado no RJ correu 300 metros até em casa e foi abraçado pela mãe na tentativa de apagar o fogo
Jefferson Quintanilha teve 60% do corpo queimados e, segundo a Polícia Militar, agressor é morador do mesmo condomínio onde ele mora e trabalha em Teresópolis.
A mãe do porteiro Jefferson Quintanilha Souza, de 23 anos, foi quem apagou as chamas do corpo do filho, atacado e incendiado com gasolina por um homem na terça-feira (19) em Teresópolis, na Região Serrana do Rio. Ela chegou a abraçar o filho na tentativa de conter o fogo.
Segundo o relato da irmã do jovem, Camila Quintanilha, feito nesta quinta-feira (21) ao G1, Jefferson correu cerca de 300 metros da portaria até chegar em casa, no conjunto habitacional Fazenda Ermitage, e receber o socorro da mãe e de vizinhos, que usaram um tapete e até terra para apagar as chamas.
O suspeito, Marcelo Cavalcante Gomes, foi identificado e a Polícia Civil aguarda a expedição do mandado de prisão contra ele pela Justiça. Segundo informações da Polícia Militar, o agressor é morador do mesmo condomínio onde a vítima também mora e trabalha. O suspeito ainda não foi localizado.
O crime foi registrado pelas câmeras de segurança do condomínio e o vídeo, cedido pela PM, mostra o suspeito parado por alguns segundos enquanto abre o galão de gasolina. Em seguida, ele entra na cabine e joga o combustível no rosto do porteiro, ateando fogo com um isqueiro.
"Primeiro minha mãe ligou o chuveiro, mas desistiu. Depois ela deu tapas pelo corpo dele e o abraçou. Ela ficou com a roupa queimada e machucou as mãos, que estão com bolhas", disse Camila, acrescentando que uma vizinha pegou um tapete para tentar abafar o fogo e algumas pessoas jogaram até terra em um ato de desespero para tentar ajudar.
A irmã do porteiro disse que não conhece o suspeito do crime.
"Dizem que ele é um cara tranquilo, quieto. Mas eu não tenho ideia de porque ele fez isso. Só queremos justiça", afirma Camila Quintanilha.
Segundo o comandante da Polícia Militar, Marcos Santos, o carro que era usado pelo agressor já foi encontrado. O caso é investigado na 110ª DP e a Polícia Civil não divulgou a possível motivação do crime.
O porteiro está internado no Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans, em Nilópolis, no Rio de Janeiro. A mãe está no Rio, mas o hospital não permite acompanhantes.
"Ele continua sedado e entubado por causa da gravidade das queimaduras", informou a irmã.
Em nota enviada ao G1 nesta quinta-feira (21) a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou apenas que o quadro do paciente continua grave. Ele teve 60% do corpo queimados e as queimaduras atingiram órgãos internos.
O caso chocou quem estava no local. O zelador do condomínio viu Jefferson correndo com o corpo em chamas e diz que o agressor agiu com frieza e que "foi uma covardia muito grande".
Jefferson foi pego de surpresa
As imagens da câmera de segurança mostram a vítima trabalhando enquanto outro homem conversa pelo interfone, do lado de fora da cabine. O agressor entra na cabine, joga gasolina no rosto da vítima e usa um isqueiro para iniciar o fogo.
Os bombeiros foram acionados às 16h09 e quando chegaram ao local encontraram a vítima em pé e lúcida na rua. Jefferson entrou sozinho na ambulância e foi levado para o Hospital das Clínicas de Teresópolis (HCT). Ele foi transferido de helicóptero para o Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans, em Nilópolis, no Rio de Janeiro, na tarde de quarta-feira (20).
Fonte: g1.globo.com