Famílias pedem investigação sobre conduta de policial
Caso foi levado a conhecimento das autoridades nesse sábado (28). De acordo com os pais, policial civil 'atraia' crianças com vídeo-games, doces e refrigerantes
Moradores de um condomínio de Ponta Grossa procuraram a Polícia Militar (PM) neste sábado (28) para denunciar a conduta de um policial civil. As famílias informaram que o policial civil mantinha uma residência com vários ‘atrativos’ para crianças que moram no condomínio e contam uma conduta suspeita por parte do rapaz. O caso envolve 12 crianças de 9 a 11 anos de idade e o portal aRede não divulgará o nome do condomínio para não expô-las.
Segundo os pais, as crianças costumavam se reunir com frequência na casa do rapaz que, segundo os moradores do condomínio, não tinha residência fixa no local – o policial moraria com os pais em outra cidade e ficava no condomínio apenas alguns dias.
De acordo com as famílias, a casa tinha mobília apenas na sala e um colchão inflável em um dos quartos. Os pais contam que as crianças eram atraídas para a residência pelo policial para jogar vídeo-game e também com a oferta de doces e refrigerantes em grande quantia.
Carla (nome fictício) é mãe de dois garotos, um de nove anos de idade e outro de oito – os dois meninos costumavam ir até a casa com frequência. Segundo Carla, os garotos sempre voltavam para casa com doces e chocolates.
“No começo a gente não desconfiava muito, mas depois que percebemos que ele não tinha família e vivia trancado com as crianças em casa, percebemos que tinha algo errado”, conta a mãe.
Dinheiro fez caso chegar ao conhecimento dos pais
Os pais tomaram conhecimento do caso depois que uma das crianças chegou em casa com R$ 50. Questionado pelos pais sobre a origem do dinheiro, o menino de 10 anos de idade contou que havia ganho o valor do policial – ouvido informalmente na delegacia, o policial teria afirmado que o dinheiro havia sido furtado pelo menino.
Depois do primeiro indício, os próprios pais começaram a investigar o caso. “As crianças começaram a nos contar o que acontecia lá dentro. Além de uma geladeira cheia de doces e refrigerantes, eles comentaram que todos os meninos que estavam na na casa eram obrigados a usar o banheiro de porta aberta”, contou o pai de um dos meninos envolvidos.
Residência foi esvaziada
A situação ganhou repercussão no sábado (28) e já no domingo (29) o local foi esvaziado pelo policial civil. De acordo com moradores, todos os pertences foram retirados da residência e o policial não voltou mais ao condomínio.
“A gente não entende como deixaram de prender ele em flagrante. A casa vivia cheia de crianças e todo o local foi desmontado em questão de minutos”, contou outra mãe.
Nucria vai investigar o caso
O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) vai investigar a conduta do policial civil. De acordo com a delegada Ana Paula Carvalho, responsável pelo órgão, o caso chegou a ser levado no domingo (29) até a 13ª Subdivisão Policial da cidade e o policial suspeito se apresentou voluntariamente.
“Ele não ficou preso porque não há registro de flagrante do caso. Nada de concreto foi relatado informalmente pelas crianças”, argumentou a delegada. Segundo Ana Paula, um inquérito policial será aberto para investigar o caso – todas as crianças serão ouvidas e depois disso o policial civil ser intimado para prestar depoimento.
Conselho tutelar acompanha a situação
Membros do Conselho Tutelar da cidade e também do Conselho de Segurança (Conseg) acompanham o caso. A situação será levada ao Ministério Público (MP) e também até a corregedoria da Polícia Civil.
Fonte: http://arede.info/ponta_grossa
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