O fôlego que faltava aos condomínios antigos
Não é fácil concorrer com os novos empreendimentos construídos em todos os cantos da cidade. Conhecedor do público alvo, as construtoras investem em tecnologia avançada e invejáveis áreas sociais, que transformam o condomínio novo em um verdadeiro clube privado, com sala fitness, espaço gourmet, piscina aquecida, quadra poliesportiva, entre outros atrativos.
Por isso, prédios antigos no mercado imobiliário devem buscar ‘novo fôlego’ para ganhar valor na hora da venda. Se síndico e proprietários tiverem a consciência de que algumas alternativas são investimentos agregadores de valor ao condomínio e não apenas só mais um custo, muita coisa pode ser feita para transformar os antigos em bom negócio.
Para tal, a consultora na área de condomínios Rosely Schwartz, autora do livro "Revolucionando o condomínio" (Editora Saraiva), diz apostar em medidas sustentáveis que podem e devem ser aplicadas em prédios mais antigos. Ela, que mora em São Paulo, afirma, em entrevista exclusiva concedida ao O Diário, que os chamados imóveis verdes tendem a ser mais valorizados.
"É um diferencial que as construtoras e imobiliárias estão utilizando, pelo menos aqui em São Paulo, até como marketing para atrair mais compradores", diz. A consultora explica que uma readequação em condomínios mais antigos podem ser iniciadas com medidas mais simples.
Exemplos: realizar o correto recolhimento de resíduos, como lixo e óleo de cozinha, instalar redutores de vazão em torneiras e realizar a troca dos sanitários para outros mais modernos, que têm a opção de duas descargas -uma para resíduos líquidos e outras para sólidos.
Segundo o diretor de condomínios do Sindicato de Habitação e Condomínio (Secovi-PR) de Maringá, Junzi Shimauti, alternativas sustentáveis podem sim ajudar os prédios antigos no processo de modernização, mas diz ser difícil convencer a maioria das pessoas de que aquelas medidas terão um custo-benefício interessante.
Sabendo disso, ele ressalta que a manutenção preventiva e constante é um dos fatores mais importantes para que os condomínios continuem atrativos, mesmo com o passar dos anos.
Ele cita como exemplo em Maringá o condomínio Dom Pedro I, localizado na área central da cidade, que, mesmo após 29 anos da sua fundação, continua valorizado no mercado imobiliário, justamente porque sempre houve uma preocupação com as manutenções.
"Tudo depende da conservação do prédio. Se tem uma boa conservação, então não vai desvalorizar tanto. Dou o exemplo do Dom Pedro I, que tem 29 anos e que, até hoje, é um dos melhores prédios da cidade. Claro que também a estrutura é muito boa, por isso é muito importante que a parte construtiva tenha sido bem elaborada".
Condomínio caro afasta
"Pelo menos aqui em São Paulo, todo mundo que vai comprar ou alugar sempre pergunta antes qual é o valor do condomínio. E se o condomínio é caro e mesmo assim não se justifica, pois não se vê reformas e nem manutenções no prédio, isso pode evidenciar uma má gestão, que também inevitavelmente desprestigia o imóvel no mercado", relata a consultora Rosely.
O diretor Junzi Shimauti concorda e prova que esta situação não acontece apenas nas grandes capitais. "Taxas de condomínio muito caras afastam os compradores e locatários. Isso, sem dúvida também faz com que aquele prédio antigo seja desvalorizado no mercado. Todo mundo pergunta o valor do condomínio", conclue o diretor de condomínios.
Fonte: http://www.odiario.com/maringaimoveis/noticias/index/417083
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