Como criar campanha de prevenção ao suicídio no condomínio
A comunicação e a conscientização sobre suicídio pode salvar vidas. Há modelos de cartazes e panfletos prontos para você ajudar quem precisa
Por Fernando Zito*
“Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza, em território nacional, o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano. Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha antiestigma do mundo! Em 2022, o lema é “A vida é a melhor escolha!” e diversas ações já estão sendo desenvolvidas”.
Assim se apresenta o site da campanha Setembro Amarelo, que disponibiliza uma cartilha completa e de uso público sobre prevenção ao suicídio.
De acordo com os dados do DataSUS (plataforma do Governo Federal que concentra informações relativas à saúde no Brasil), entre 2011 e 2020, as mortes por lesão autoprovocada* aumentaram 35%. Para se ter uma ideia, só em 2020, início da pandemia, foram registrados 12.895 suicídios.
“Entre os jovens de 15 a 29 anos, é a quarta principal causa de mortes, atrás apenas de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal”, enfatizam.
(*) Os óbitos por suicídio são cerca de três vezes maiores entre os homens.
O suicídio é um problema de saúde pública que causa impacto em toda sociedade.
Com toda certeza, os condomínios e síndicos podem ajudar na prevenção do suicídio. Afinal de contas, o número de pessoas que moram em apartamentos não para de aumentar.
Como identificar uma pessoa suicida
Alguns fatores que podem desequilibrar o comportamento de uma pessoa:
- Maus-tratos;
- Abuso físico e sexual;
- Pais divorciados;
- Transtorno psiquiátrico familiar;
- Desemprego x problemas financeiros
- Solidão ou morar sozinho há muito tempo
Abaixo quadro de fatores de risco associados ao comportamento suicida existente na cartilha disponível no site do Setembro Amarelo.
E estes são alguns sentimentos comuns em pessoas com tendências suicidas:
- desesperança;
- desamparo;
- desespero;
- impulsividade (principalmente entre jovens).
Todos no condomínio podem ficar atentos aos sinais e prestar ajuda
A grande maioria dos sinais é silenciosa, por essa razão, é de fundamental importância ter ciência em relação a eles e quem sabe, de alguma forma, entender se algum vizinho pode estar precisando de ajuda.
Se você conhece alguma pessoa com esses sintomas, procure conversar, ouvir, dar atenção, deixe essa pessoa confortável para falar de forma aberta, sem que isso seja tratado como pressão.
Prestar apoio a uma pessoa que passa por esses problemas é fundamental. De toda forma, essa ajuda e por consequência prevenção de suicídio terá melhor resultado se contar com ajuda de profissionais da saúde.
Existe ainda o CVV (Centro de Valorização da Vida), que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone (188), e-mail e chat 24 horas todos os dias.
Administradores de condomínios, síndicos e síndicas, por favor, divulguem esses canais através de cartazes como estes do SíndicoNet (Informativo Setembro 2020 e Banner rápido para WhatsApp)
Quem sabe convidando um profissional da área para proferir palestra e conscientizar os moradores?
Se preferirem, no site da campanha Setembro Amarelo existem panfleto, cartaz e folhetos prontos para serem divulgados. Abaixo link de cada um deles.
Tudo isso será de fundamental importância para ajudar na campanha do setembro amarelo. Reforcemos o lema de 2022: “A vida é a melhor escolha!”
(*) Advogado militante na área de Direito Civil; especialista em Direito Condominial; pós-graduando em Direito e Negócios Imobiliários pela Damásio Educacional (conclusão em 2021); pós-graduado em Direito Tributário pela PUC/SP; pós-Graduado em Processo Civil pela PUC/SP; membro da Comissão de Condomínios do Ibradim; palestrante especializado no tema Direito Condominial; colunista do site especializado SíndicoNet, Sindiconews, Condomínio em Foco e das revistas “Em Condomínios” e ”Viva o Condomínio”.