Muros e guaritas em condomínios são questionados na Justiça
Lei aprovada em 2012 regulariza cercas dos parcelamentos. MP questiona a norma e o imbróglio ainda não foi resolvido
Há quatro anos, quando decidiu construir no lote que tinha comprado em 1989 no Condomínio Bela Vista, no Grande Colorado, em Sobradinho, o servidor público João Eudes Magalhães, 48, levou em consideração a segurança que teria em morar em um parcelamento cercado, onde a entrada de visitantes é controlada por uma guarita e a circulação de carros nas ruas é restrita.
“Tínhamos duas filhas pequenas. Eu teria condições de construir no Lago Norte, mas a segurança e a qualidade de vida falaram mais alto”, conta o pai de duas meninas, de 6 e 4 anos, que trocou um apartamento na Asa Norte pela casa no condomínio irregular.
No Bela Vista, as casas não têm muros ou grades justamente pelo fato de o loteamento ser fechado. Despreocupados com a segurança, os moradores deixam portas e janelas abertas durante o dia e à noite. Desde que foram criados, há mais de 20 anos, os parcelamentos irregulares são cercados, têm muros e guaritas, características das quais as pessoas que vivem nesses locais não abrem mão, mas que são motivo de discussões que se arrastam há décadas.
“Na Asa Norte, minha filha mais velha não podia mais descer para brincar embaixo do bloco porque tinha um ponto de drogas em frente ao meu prédio. Ficava gente bebendo e até fazendo atos obscenos em plena luz do dia. Todo mundo está reclamando da falta de segurança, e aqui eu tenho qualidade de vida”, diz João Eudes.
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/
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