Problemas elétricos residenciais: quem se responsabiliza e como identificar
Os problemas elétricos residenciais podem acontecer dentro e fora da unidade autônoma e isso muda a responsabilidade. Por isso, é importante entender quais são os problemas elétricos residenciais mais comuns, como identificá-los e quem deve fazer o conserto. Entenda mais
Em um condomínio, uma situação comum é a ocorrência de problemas elétricos residenciais. Nessa hora, um questionamento normalmente aparece: de quem é a responsabilidade?
Na verdade, tudo depende de onde ele se localiza. Por isso, é necessário analisar os detalhes e saber identificar os problemas. Afinal, eles podem causar danos significativos.
Por exemplo, você sabe se a falha está na rede elétrica residencial ou na instalação? Se está localizada dentro ou fora do apartamento? Neste conteúdo, vamos explicar como encontrar essas respostas. Acompanhe!
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Quais são os problemas elétricos residenciais mais comuns?
Vários problemas podem acometer a fiação do apartamento e do prédio. Por isso, é importante conhecer os principais, já que essa é uma forma de se precaver.
Veja quais são eles!
Problemas nos fios da rede elétrica
A fiação antiga é um dos problemas comuns, já que se deteriora com o passar dos anos. Com isso, há uma chance maior de curtos-circuitos.
Normalmente, o que ocorre é a quebra ou a rachadura da capa de PVC. Dessa forma, o cobre entra em contato com revestimentos inflamáveis, como forro de madeira, podendo causar um incêndio.
Então, o que é recomendado? O ideal é realizar inspeções frequentes quando a instalação elétrica residencial tiver mais de 10 anos.
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Disjuntores incompatíveis com a rede
Esse problema elétrico residencial se refere à instalação de equipamentos incompatíveis com a rede de energia. Assim, a corrente nominal do disjuntor está inadequada à capacidade de condução e aos cabos.
Na prática, o disjuntor tem uma capacidade superior à dos condutores. Isso ocasiona uma instalação incorreta, que retira a proteção da rede e causa um acidente.
Queda de disjuntores
É caracterizado pela interrupção do funcionamento do disjuntor depois de um tempo de uso. A situação pode acontecer por vários motivos. Por exemplo:
- Equipamentos que exigem muito da rede elétrica;
- Instalação com defeito;
- Sobrecarga da rede;
- Parafuso mal apertado no disjuntor.
Todas essas situações geram um superaquecimento, o que desarma o disjuntor. Essa é uma medida de segurança para evitar um curto-circuito e um princípio de incêndio.
No entanto, se isso acontece com frequência, o sistema pode falhar e causar um acidente.
Rede desatualizada
A falta de atualização da fiação residencial é outro problema recorrente. Isso acontece com imóveis antigos. Como atualmente se utiliza uma quantidade de equipamentos maior, os fios não aguentam a carga necessária e podem entrar em curto-circuito.
Isso porque há um superaquecimento. Por esse motivo, é indicado fazer a adequação da rede elétrica residencial para as normas atuais do mercado. Também é importante trocar os fios com bitola errada ou que já estão desgastados.
Condutores inadequados
O apartamento também pode estar com o dimensionamento incorreto de disjuntores e fios. Além disso, o uso de condutores elétricos inadequados é outro problema elétrico residencial comum.
Essas situações causam o superaquecimento das instalações, que leva a curtos-circuitos. Por isso, é importante ver se o disjuntor instalado está correto para a capacidade dos condutores.
Uso de materiais incorretos
Buscar os materiais mais baratos nem sempre é uma boa ideia. Para a instalação elétrica residencial, essa prática implica riscos. Isso porque os produtos podem ser inadequados ao projeto ou nem ter a certificação exigida.
Em um edifício, é mais raro de acontecer. No entanto, verifique se a instalação foi feita de acordo com os seguintes pilares:
- Planejamento e projeto;
- Materiais de qualidade;
- Profissionais qualificados.
Como identificar cada um dos problemas elétricos residenciais?
Os problemas elétricos residenciais podem ser identificados a partir de algumas situações frequentes. Por exemplo:
Oscilações ou quedas de energia
Podem ser causadas por sobrecarga na rede. Nesse caso, é importante trocar os componentes do sistema elétrico do apartamento para atender a um fluxo maior de corrente na rede.
Caso suspeite que algum equipamento está “roubando” energia, desligue os disjuntores e veja se o relógio ainda está registrando consumo. Caso esteja ocorrendo, chame um eletricista para consertar o problema.
Picos de tensão
Ocorrem quando surge um aumento instantâneo de tensão na rede elétrica. O motivo pode ser uma descarga elétrica derivada de um raio, por exemplo. Nesse caso, os equipamentos ligados na tomada acabam queimando.
Se essa situação for recorrente, é um sinal de alerta. Isso porque indica a necessidade de instalar componentes protetores para evitar danos aos aparelhos.
Aquecimento de tomadas
Se houver o aquecimento de tomadas, cabos e fios, tenha atenção! Isso é um claro sinal de que a instalação está inadequada ao consumo dos aparelhos conectados.
Chame um eletricista para revisar e até refazer a instalação elétrica residencial. Além disso, verifique se o fio terra está presente em todas as tomadas da casa no modelo de 3 polos. Isso é fundamental para evitar choques elétricos.
Curtos-circuitos
Acontece quando a quantidade de corrente no sistema está acima da carga suportada pelo condutor. Assim, o disjuntor desarma para evitar um incêndio.
O recomendado é fazer instalações que aguentem correntes mais fortes em lugares específicos, como banheiro e cozinha. Isso porque chuveiro, micro-ondas, fornos elétricos e aparelhos de ar-condicionado ou aquecedores elétricos liberam uma corrente maior.
Como saber se a fiação da casa está ruim?
Os fios da instalação elétrica residencial vão se desgastar. Porém, é mais difícil fazer essa constatação em um apartamento.
Por isso, a dica é avaliar com frequência se eles estão descascados, amassados ou se começaram a apodrecer. Qualquer um desses sinais indica uma fiação em más condições e requer a troca imediata.
Como saber se tenho problema na parte elétrica?
Além dos cuidados já apontados, verifique se a rede emite muito calor. Ou seja, se a temperatura dos fios e dos aparelhos usados fica alta demais com rapidez. Isso é um claro sinal de problemas elétricos residenciais e exige a análise de um eletricista.
Como saber se a energia da casa está fraca?
Você identifica essa situação quando os equipamentos não ligam ou apresentam mau funcionamento, por exemplo. Nesse caso, chame um eletricista para verificar se o problema é interno ou da rede que fornece a energia.
Quais tipos de falhas estão presentes na rede de energia elétrica?
A rede de energia elétrica pode apresentar diversas falhas. Entre as principais estão:
- Falha de energia;
- Queda abrupta ou oscilações de energia;
- Pico de tensão;
- Subtensão, ou seja, a tensão reduzida por períodos prolongados;
- Tensão excessiva ou sobretensão;
- Ruído na linha, que é gerada por interferência eletromagnética ou de frequência de rádio;
- Variação de frequência;
- Transiente de comutação, que consiste em tensão instantânea e subtensão durante nanosegundos;
- Distorção harmônica, que é uma variação da forma de onda normal da linha.
Como você pode perceber, a maioria desses casos exige a análise de um eletricista.
Quem se responsabiliza pelos problemas elétricos residenciais?
Para descobrir qual é o caso, é necessário avaliar onde o problema está localizado. Os serviços de instalação, manutenção e reforma na instalação elétrica residencial devem atender às normas de segurança da NBR 5.410/2004 e NR 10/2004.
Além disso, o condomínio precisa ter um atestado de elétrica assinado por engenheiro elétrico com o recolhimento da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). É recomendável que o atestado seja renovado a cada dois anos.
O sistema de para-raios (SPDA) do condomínio também deve ser revisado anualmente, com emissão do laudo de medição ôhmica.
Isso diminui as chances do problema ser no prédio. Ainda assim, eles podem acontecer. Por isso, se algum dos problemas elétricos residenciais surgirem, é preciso ver onde ele se localiza.
A regra geral é: se for do disjuntor geral do apartamento para dentro da unidade autônoma, a responsabilidade é do morador. Se ocorrer na rede geral do prédio, a responsabilidade é do condomínio e as providências devem ser tomadas pelo síndico ou administradora.
Além disso, o problema pode ser anterior à fiação do prédio. Nesse caso, a empresa distribuidora de energia é quem deve verificar.
Quando o condomínio é mais antigo, é importante fazer um estudo de demanda de energia para que haja segurança de que a carga instalada é suficiente para atender à realidade de uso das unidades. Pode ser que a conclusão seja de que o condomínio precisa fazer uma atualização do sistema elétrico.
No caso de apartamento alugado, o proprietário deve fazer o conserto. No entanto, cabe ao inquilino verificar diretamente com ele. Se houver recusa da adequação, é possível questionar na justiça. Pela Lei do Inquilinato, o locador deve oferecer condições de habitabilidade ao locatário.
Vale a pena lembrar que essa situação não inclui troca de lâmpadas, resistência de chuveiros e disjuntores. Assim, é preciso haver problemas elétricos residenciais de verdade, como aqueles citados antes.
Quer entender mais sobre o assunto? Leia, agora, sobre a rede trifásica em condomínios!
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