Problemas em obra
Prédio em construção é notificado por queda de objetos
Obra de prédio de 33 andares é notificada após reclamações de quedas de objetos em imóveis vizinhos, em Ponta Grossa
Servidores da Procuradoria Federal disseram que peças de ferro e pedaços de forro caíram no local onde funciona o órgão. Construtora tem 24 horas para fazer adequações, a partir desta terça-feira (27).
Uma construtora responsável pela obra de um prédio, de 33 andares, foi notificada pela Prefeitura de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, após reclamações de que objetos da obra estariam caindo em imóveis vizinhos.
Membros do Departamento de Urbanismo da prefeitura estiveram na construção na manhã desta terça-feira (27). A obra foi interditada pela Defesa Civil.
Com a notificação, a construtora tem um prazo de 24 horas para adequar telas e bandejas de proteção conforme as exigências da norma regulamentadora da construção civil.
Servidores da Procuradoria Federal relataram em entrevista à RPC que objetos, como peças de concreto e de ferro, estão caindo no imóvel onde funciona a Procuradoria há pelo menos dois anos.
A Procuradoria Federal funciona em um imóvel alugado atrás da obra. A procuradora federal Bianca Chemin disse que o primeiro objeto a cair foi um pedaço de ferro, próximo a um bebedouro.
"Furou o telhado, furou o nosso forro e fez um estrago no nosso piso. Certamente se tivesse caído na cabeça de alguém, acredito que essa pessoa teria morrido", disse.
De acordo com a Defesa Civil, durante a vistoria da manhã desta terça-feira, um dos lados do prédio estava sem as telas de proteção. As obras poderão ser retomadas após as adequações.
Discussão na Justiça
Em abril de 2018, advogados da empresa proprietária do imóvel onde funciona a Procuradoria Federal conseguiram na Justiça uma liminar embargando a obra.
À época, um laudo técnico feito por um engenheiro civil apontou que os pisos do imóvel apresentavam um desnível causado pela movimentação de solo e vibração da construção do prédio vizinho. O engenheiro solicitou no laudo a instalação de redes de segurança.
Por outro lado, a construtura do prédio apresentou outro laudo contestando as informações apresentadas. Ainda no laudo, a construtora disse que instalou bandejas de proteção para aumentar a segurança de imóveis vizinhos.
Por conta do acordo, a Justiça suspendeu a liminar e determinou que a construtora arcasse com prejuízos causados pela obra. A empresa também ficou responsável por avisar com antecedência serviços que pudessem colocar em risco a vizinhança, conforme a decisão.
O advogado do imóvel onde funciona a procuradoria, Felipe Podolan, disse que apesar da decisão, a medida não resolveu o problema.
"Estão caindo tábuas e diversos materiais, deixando os trabalhadores em estado de pânico. Os trabalhadores não querem trabalhar ao redor da obra", argumentou o advogado.
A LCS Construtora informou que segue todas as normas da construção civil.
Fonte: https://g1.globo.com