Profissionalização
Síndicos buscam cursos voltados para gestão condominial
Síndicos buscam cursos para qualificar gestão condominial
Será cada vez mais difícil encontrar nos condomínios os, já raros, síndicos voluntários - aqueles que, além de administrar a própria casa, resolvem gerenciar o edifício onde moram. Pelo menos essa é uma afirmação compartilhada entre especialistas do setor imobiliário.
A profissionalização dos síndicos não é apenas uma tendência, mas uma realidade na gestão dos condomínios, garante o coordenador do curso de extensão de síndico profissional da Faculdade Dois de Julho, Emydio Palmeira.
A tarefa de administrar um condomínio é muito mais complexa do que parece e requer dedicação, afirma o coach profissional e ex-síndico Jerônimo Mendes, que classifica sua experiência de quatro anos como uma pós-graduação.
"Durante a administração, o síndico terá que conviver com pessoas boas e más, o que pode gerar dificuldades para estabelecer uma boa gestão, já que a desconfiança e a fofoca sempre estarão presentes. Administrar um condomínio é muito semelhante a comandar uma grande empresa, são muitas responsabilidades envolvidas", diz.
Dar conta das necessidades e exigências dos moradores e ainda cuidar das questões jurídicas e contábeis do edifício, que emprega muitos funcionários, exige do síndico o conhecimento sobre diversas atividades, que vão desde as questões trabalhistas até as determinações da legislação municipal. Foi diante desse universo que Marlene Pereira percebeu que precisava de um curso para continuar a ser, na ocasião, síndica do condomínio onde mora.
"Como síndica, já conhecia a rotina, mas foi durante o curso que tive a chance de ter uma visão mais ampla sobre as implicações das decisões tomadas pelo gestor. Hoje sou mais consciente das tarefas e necessidades do cargo que ocupo", conta Marlene.
Cursos
Para suprir a demanda de formação, que, segundo a coordenadora da administradora ACS Condomínios, Ana Maria Cavalcante, é crescente, têm surgido cursos para quem já trabalha ou deseja entrar no mercado da administração condominial.
O presidente do sindicato da habitação da Bahia (Secovi-Ba), Kelson Fernandes, afirma que o boom imobiliário, que aconteceu em Salvador nos últimos quatro anos, foi responsável por criar novos postos de trabalho no segmento, mas que ainda faltam formação e qualificações para profissionais.
"Apesar de termos um mercado atrativo, ainda falta uma melhor formação para os síndicos. E isso é algo que deve mudar, já que nossa indicação é que os moradores busquem profissionais qualificados", disse Fernandes.
Mendes ressalta que, além da atuação individual, o síndico pode atuar nas administradoras de condomínio, que no estado já são 1.166, sendo 511 apenas em Salvador, de acordo com a Junta Comercial do Estado.
"Apesar da crise econômica que também afeta o segmento imobiliário, os profissionais que trabalham na gestão condominial ainda encontram boas oportunidades de atuação", afirma.
Serviço
Fonte: http://www.atarde.uol.com.br/