Propagação de vírus
Estudo comprova que em 4h de 40% a 60% de um edifício está contaminado
Estudo comprova a rapidez com que os vírus se espalham num edifício
Um estudo publicado a semana passada demonstra a velocidade extraordinária a que os vírus se propagam nas superfícies que nos rodeiam, ou melhor, a velocidade a que as pessoas os disseminam de um lado para o outro. O trabalho apresentado por Charles Gerba da Universidade do Arizona (EUA) concretiza esta propagação num exemplo prático e por sua vez, num número: entre duas e quatro horas, 40 a 60 por cento de um edifício de um escritório fica contaminado. O principal ponto de contágio? A zona de pausa para café. Este estudo avaliou a velocidade de distribuição de um vírus não só em escritórios mas também em hotéis e hospitais. A equipa de investigação usou um vírus (MS-2) inofensivo para o Homem, mas cuja estrutura e taxa de propagação é semelhante aos norovírus (género responsável por gastroenterites) e ao vírus da gripe.
Por se tratar de infeções muito comuns nos países desenvolvidos (causam milhares de internamentos hospitalares — e mortes — todos os anos), os investigadores utilizaram o MS-2 para medir a velocidade de propagação. Colocaram-no em duas superfícies: nos tampos de mesa/secretária e em portas. Num espaço de poucas horas o vírus estava disseminado pelos telefones, teclados e ratos de computador e torneiras das casas de banho. A conclusão foi clara: as mãos são o principal meio de propagação dos vírus patogénicos. Uma segunda parte deste estudo pretendeu avaliar a ação dos produtos de limpeza comuns na prevenção da disseminação do vírus. Os investigadores usaram detergentes e desinfetantes com uma base química de amónio e concluíram que a rapidez da sua utilização, juntamente com medidas adequadas de higiene das mãos, consegue travar a propagação dos vírus até 99%. Outro estudo publicado no jornal Open Medicine concentrou-se na propagação bacteriana em ambiente hospitalar e as conclusões foram esclarecedoras: os botões dos elevadores dos hospitais estão mais contaminados que as casas de banho (61% e 43%). Este trabalho analisou 120 elevadores e 96 casas de banho de três hospitais de Toronto, Canadá.
Os investigadores apontam algumas direções: a instalação de desinfetantes para as mãos à porta dos elevadores, a implementação de botões grandes que permitam ser acionados com os cotovelos ou com o movimento. Enquanto não se encontram soluções mais eficientes e higiénicas (à semelhança do que já acontece com as torneiras de lavatório acionadas pelo movimento das mãos) para os elevadores e até que a maioria das portas em meio hospitalar (e não só) dispensar o uso de maçanetas, há um cuidado fundamental na transmissão de infeções bacterianas e virais: a noção sobre o que fazer com as mãos.
Ao tocar numa superfície, provavelmente contaminada (no local de trabalho, nos espaços e transportes públicos e até em casa), deve agir com consciência para evitar o contacto das mãos com as mucosas — boca, olhos, nariz. Lave primeiro as mãos e se não puder esperar por isso, use um lenço. Tenha presente que as mãos são o principal veículo de contágio de vírus e bactérias.
Fonte: http://observador.pt/