Câmara discute impasse de acessibilidade em loteamentos
A Câmara Municipal de Maceió realizou na manhã desta sexta-feira (30) uma audiência pública para debater a acessibilidade dos condomínios e loteamentos. A audiência aconteceu a pedido do vereador Galba Netto (PMDB) e pretende elaborar um projeto de lei com normas para evitar que determinados loteamentos instalem portarias ou edifiquem muros isolando uma localidade pública.
De acordo com o vereador, o que leva algumas associações de bairros a montarem tais “barreiras” seria a falta de segurança. "Precisamos regulamentar a situação dos condomínios.
Vamos discutir aqui e chegar a um denominador comum", propôs o vereador. Seguindo o raciocínio de Galba, o vereador Zé Márcio (PSD) ressaltou o medo da violência e lamentou o fato da população ter que se “enclausurar” em condomínios fechados para se proteger de bandidos.
Para discutir o assunto, a sessão contou com a presença de Claudison Sampaio, membro da Comissão de Acessibilidade da Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU) e Inaldo Medeiros, morador do Loteamento Sauaçuhy. Durante a oportunidade, o morador afirmou que a ineficiência da polícia é o principal motivo para o fechamento dos residenciais. De acordo com dados da SMCCU, a cidade possui mais de 70 condomínios irregulares.
Os muros e as portarias instaladas em diversos bairros de Maceió são um problema antigo da capital alagoana e que impedem a livre circulação das pessoas em espaço originalmente públicos. O assunto já foi levantado como pauta outras vezes na Casa de Mário Guimarães e até o momento não existe uma definição sobre o tema. A ação é contrária à determinação do Código de Posturas do Município de Maceió e o Código Civil, presente no Artigo 99, inciso I, que determina o livre acesso da população a qualquer bem público. Muito desses lugares possuem, inclusive, cobrança indevida para a manutenção das guaritas e cercados.
“Estamos aqui discutindo questões antagônicas do ponto de vista socioeconomico e lamento a ausência do Ministério Público nessa audiência. Venho aqui reportar pelo Jardim Petrópolis 1, onde moro há 16 anos e digo que essas associações perderam o foco social e hoje em dia possuem um interesse mercantilista”, denuncia Jorge Fernandes, um dos moradores presentes na audiência. Ele reclama dos preços abusivos cobrados pelas associações para a manutenção da segurança.
Outro morador do loteamento, Miguel Rocha, concordou com o companheiro e se posicionou contra a formação das associações. “Elas não têm o direito de cobrar nada a ninguém”, pontuou.
Já para Nelson Miranda, morador do Recanto da Serraria I, o que ocorre é uma confusão entre condomínio e associação. Ele disse que as associações podem sim trazer melhorias para a comunidade e não somente visar ao lucro, mas que para isso deve haver uma adequação.
Os vereadores ouviram também denúncias dos moradores que relataram uma “pressão” para o pagamento das taxas. Alguns deles chegaram a vender suas casas por não conseguirem pagar os valores estipulados pelo serviço.
A audiência deve prosseguir durante a tarde de hoje. De acordo com Galba Netto, o objetivo da sessão é que ao fim do dia haja um senso comum que privilegie à maioria da população.
Fonte: http://www.alagoas24horas.com.br/
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