Racionamento em prédio
Moradores em Sorocaba reclamam de falta de água
Moradores reclamam de falta de água em condomínio de Sorocaba
Rodízio no abastecimento começou quando os níveis das represas do Ferraz e Castelinho caíram
Mais de um mês após o início do racionamento de água, alguns moradores de Sorocaba (SP) reclamam que têm ficado com as torneiras vazias nas casas. O rodízio no abastecimento começou quando os níveis das represas do Ferraz e Castelinho caíram por conta da estiagem.
Atualmente, elas estão operando com 20% da capacidade total. O nível da Represa de Ipaneminha também diminuiu, mas as chuvas ajudaram e agora ela está com 75% da capacidade. Já a de Itupararanga está com 54%.
Aparecida Burgarelli precisou mudar a rotina devido ao rodízio na cidade. Agora, ela tenta se programar para não ficar sem reserva de água para cozinhar, beber, lavar roupa e tomar banho.
"Meus baldes estão cheios de água. Quando eu chego do trabalho, se não tem água, tomo banho de canequinha. Fazer o quê?", questionou.
O apartamento dela fica no condomínio Bem Viver, no bairro Cajuru do Sul, onde moram cerca de 600 pessoas. As regiões do Cajuru, Éden e Aparecidinha estão há mais de um mês enfrentando o racionamento, no qual água chega durante o dia e é suspensa à noite.
Porém, segundo a subsíndica do condomínio, o volume não tem sido suficiente para encher o reservatório e foi necessário fazer, inclusive, um racionamento interno para garantir água.
"A água é ligada das 5h30 às 7h30, das 12h às 14h, das 19h às 20h e das 22h30 à 0h. Tive que fazer essa manobra para ver se conseguíamos manter e, mesmo assim, não conseguimos", disse.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) intensificou a fiscalização nos bairros da cidade para impedir o desperdício de água. Em dois meses, a autarquia recebeu cerca de 500 denúncias, como moradores lavando veículos e calçadas com mangueira.
Em um vídeo enviado à TV TEM é possível ver moradores da zona norte brincando com água, com a mangueira aberta. Também houve flagrante no bairro Campolim, na zona sul, onde a calçada de um prédio estava sendo lavada com mangueira.
"Nós identificamos muitas pessoas usando incorretamente a mangueira. Isso é para ser abolido nesse momento, nós estamos em época de estiagem. O Saae oferece uma água tratada, ela deve ser economizada. Lavar carros, calçadas, quintais, isso deve ser abolido. Se precisar mesmo lavar, deve ser com um balde", explicou a educadora ambiental do Saae, Gláucia Franco.
Sobre o condomínio Bem Viver, o Saae afirmou que está ciente da situação e que vem mantendo contato diário com a síndica responsável.
Equipes da autarquia já estiveram no local medindo a pressão da água que chega ao condomínio e foi constatado que está dentro dos parâmetros estabelecidos por normas hidráulicas.
O Saae informou também que o consumo tem sido alto no local e que o reservatório do condomínio, que recebe a água da autarquia, não está conseguindo atingir níveis que permitam o acionamento da bomba que faz a distribuição.
Por isso, a autarquia vem fazendo manobras diárias que estão permitindo ampliar o volume de água que é distribuído na região.
Fonte: https://g1.globo.com