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Convivência

Racismo em condomínio

Homem teve que ser retirado de piscina à força por policiais

quinta-feira, 28 de julho de 2022
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[Atualização] Vereador de SP vira réu em processo de racismo contra funcionário de condomínio na Zona Oeste

Renato Oliveira responde por injúria racial e resistência à prisão. Vítima foi demitida dois dias depois do crime e está desempregada há seis meses

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) recebeu a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) contra o vereador de São Paulo Renato Oliveira (MDB) por injúria racial, após o parlamentar fazer xingamentos racistas a um funcionário de um condomínio em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. A decisão foi acolhida pelo juiz Aylton Cardoso Vasconcellos, da 2ª Vara Criminal de Jacarepagua, no dia 13 de junho. O vereador também se tornou réu pelo crime de resistência à prisão.

O caso aconteceu no dia 23 de janeiro e, de acordo com testemunhas, Renato estava na piscina quando foi advertido sobre o uso de caixas de som dentro do condomínio. Bastante alterado, ele teria iniciado uma discussão com o funcionário Izac Gomes de 52 anos, passando a ofendê-lo com palavrões de cunho racial. Um policial militar precisou entrar na piscina para retirá-lo do local, mesmo assim, ele tentou resistir.

O vereador, que atualmente é presidente da Câmara Municipal de Embu das Artes, interior de São Paulo, chegou a ser preso, mas foi liberado em seguida. Já o funcionário foi demitido dois dias depois do ocorrido.

Funcionário está desempregado há seis meses

Ao DIA, Izac contou que desde que foi demitido não consegue mais nenhum emprego. Além disso, precisou buscar ajuda psicológica para lidar com o fato de ter sido xingado por quatro horas seguidas pelo vereador de São Paulo. "Eu continuo desempregado, ainda não consegui nada. Está muito difícil, mesmo com a minha experiência de tantos anos como supervisor operacional. Isso tudo virou minha vida de cabeça para baixo, mexeu muito com o meu emocional. Eu já era ansioso e piorou. Ando sempre atento na rua, sempre olhando para o lado", desabafou.

A vítima acredita que a Justiça será feita e que Renato vai responder pelos crimes que cometeu. "A Justiça ela é tarda, mas ela age. Eu acredito nisso. Ele tinha que ser exemplo e servir ao povo e não castigar o povo usando o cargo dele. Que ele pague pelo erro que cometeu", disse.

A presidente da Comissão de Trabalho da Alerj , Mônica Francisco, não descarta a possibilidade da demissão estar relacionada à denúncia e repercussão do caso. Na ocasião, o condomínio Estrelas Full ofereceu apoio jurídico a Izac, no entanto, após o seu desligamento, o funcionário deixou de receber assistência, por isso procurou ajuda na Alerj.

Izac alega que em quatro anos de empresa nunca tinha recebido nenhuma advertência. Procurado, o condomínio disse na época do ocorrido que o ex-colaborador foi dispensado por razões alheias ao fato ocorrido com o vereador em 23 de janeiro de 2022.

A defesa do vereador Renato Oliveira informou que "nenhuma prova foi apresentada a respeito da acusação de injúria racial". Informou ainda que duas testemunhas que estavam no local dizem que não houve qualquer fala de cunho racial. "O condomínio tinha dezenas de câmeras, além de diversos celulares ao redor, nenhuma imagem mostra Renato sequer falando com o chefe da segurança", completou a defesa.

 


 

[30/01] Imagens mostram o comportamento do vereador de SP que foi detido em uma piscina no Rio e indiciado sob acusação de injúria racial

Renato Oliveira, presidente da Câmara de Embu das Artes (SP), estava a passeio no Rio e ofendeu funcionário com frases racistas, segundo as investigações. Imagens do vereador sendo preso viralizaram na internet. Fantástico teve acesso, com exclusividade, aos registros das câmeras do condomínio

O vereador e presidente da Câmara Municipal de Embu das Artes, na Grande São Paulo, Renato Oliveira, do MDB, foi acusado de injúria racial.

Ele recebeu ordem de prisão dentro da piscina, em um condomínio na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O vereador se recusou a acatar a ordem dos policiais. Um deles entrou na água para prendê-lo.

Renato continuou resistindo e até os moradores tentaram imobilizá-lo. Ele foi levado pelos policiais sob aplausos. As imagens viralizaram na internet.

O vereador alugou um apartamento para uma temporada de quatro dias com um grupo de amigos. Segundo registros das câmeras do condomínio, aos quais o Fantástico teve acesso com exclusividade, ele saiu no sábado (22) à tarde e só retornou no domingo (23) pela manhã.

Uma câmera em frente ao elevador registrou o momento. E a imagem sugere que o vereador chegou com um comportamento aparentemente alterado.

Às 8h25, na porta do elevador, ele dá um soco nele mesmo, ao lado de uma mulher. Lá dentro, dá um tapa no próprio rosto. Doze minutos depois, ele desce, cantando ou falando sozinho. Um morador entra no elevador e reclama que ele está sem máscara. Mas o vereador segue sem máscara em direção à piscina.

Quem o acusa de injúria racial é o supervisor do condomínio Izac Gomes, de 57 anos.

“Como eu sou o supervisor operacional, tenho que vistoriar e saber se a piscina já está pronta para ser aberta, e ela ia ser aberta às 9h. Ele já estava com a caixa de som ligada, já estava na fila falando: ‘Por que que você não abre a piscina?’. A piscina abriu. Ele botou a caixa de som dentro da piscina no último volume. Pedi a ele que não podia, ele retrucou e ali começou o bate-boca. Ele me ofendia de todas as formas”, conta Izac.

Diante de tantas reclamações dos moradores, a polícia foi chamada. Mas segundo o depoimento das testemunhas, não adiantou. Até piorou. E a polícia foi chamada novamente.

“Ele bebia e me chamava: ‘Ô negão, ô negão’. Fui conversar com ele, botei a mão nele, ele mandou: ‘Tira a mão de mim, que você está suado. Eu estou cheiroso. Você está fedendo’. Eu falei: ‘Como é que é?’. ‘É. Você está fedendo. Todo preto fede’”, relatou Izac. “Eu não sou racista. Muito pelo contrário. É uma coisa que eu abomino e que eu jamais faria com ninguém”, afirma Renato Oliveira.

O vereador Renato Oliveira é réu e vai a júri popular, acusado de ter participado de um atentado contra um repórter fotográfico e chargista, em 2017.

O vereador Abidan Henrique, do PDT, que é da oposição, protocolou um pedido de cassação do mandato de Renato Oliveira por causa da acusação de injúria racial no Rio.

 


 

[25/01] VÍDEO: PM entra em piscina para deter vereador de SP suspeito de injúria e preconceito no Rio

Renato Oliveira, presidente da Câmara de Embu das Artes (SP), estava de passeio no Rio e ofendeu funcionário com frases racistas, segundo as investigações. Ele nega que tenha cometido crime

O vereador Renato Oliveira (MDB), presidente da Câmara Municipal de Embu das Artes, na Grande São Paulo, foi detido depois de uma confusão na piscina de um condomínio em Curicica, na Zona Oeste do Rio (veja vídeo).

A confusão ocorreu neste domingo (23). De acordo com testemunhas, o vereador ofendeu moradores e um funcionário com frases racistas.

Em vídeos que circulam nas redes sociais, um policial militar aparece dentro da piscina segurando o parlamentar para tentar contê-lo, enquanto ele diz que não fez nada e fala palavrões.

Em seguida, ele é retirado da piscina com a ajuda de mais um PM e é levado à força pra fora do local. Os moradores aplaudem a ação da polícia.

Em nota, a Polícia Militar informou que o vereador resistiu à prisão e foi conduzido para a 32ª DP (Taquara), onde foi autuado por injúria, preconceito e resistência à prisão.

O que diz o vereador

Renato Oliveira foi liberado, e o inquérito vai ser encaminhado para a Justiça. Ele nega que tenha sido racista. O vereador contou que a confusão começou por causa de uma caixinha de som ligada por ele e disse que sequer conversou com o funcionário que o acusou de injúria racial.

"Pela manhã, cheguei na piscina e estava conversando com alguns senhores que estavam lá, inclusive brinquei com um. Tava com uma caixinha de som, um deles botou até uma música, e depois informaram que não podia som. Eu desliguei e falei que não sairia da piscina. A polícia veio, eu me desculpei com os outros moradores pelo o acontecido, com a orientação dos policiais de que eu poderia permanecer, eu fiquei lá tranquilo na piscina", contou.

"Quando novamente eles [moradores] chamam a Polícia Militar, volta e o cabo Henrique pediu para que eu saísse. Mas não tinha crime nenhum. Um dos funcionários do condomínio, que eu sequer tinha falado com ele, fato confirmado na delegacia por três testemunhas, me acusou de injúria racial, que não tem nada a ver comigo, nada a ver com minha forma de tratar e o denunciei por denunciação caluniosa e a funcionária que foi com ele por falso testemunho", completou.

https://g1.globo.com; https://g1.globo.com/ (Fantástico).

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