Saiba negociar o melhor preço de seu aluguel do seu imóvel
Embalado pela inflação em 12 meses, reajuste pode chegar a 10%
Victor Albuquerque
Quem tem aluguel residencial com reajuste anual atrelado ao Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) e aniversário no mês de junho, deve preparar o bolso. Isso porque nos últimos 12 meses (encerrados em maio), o índice acumulou alta de 9,77%. Com esse percentual de aumento, o inquilino que, em junho do ano passado, pagava um aluguel de R$ 1 mil, por exemplo, deve ter a mensalidade do imóvel reajustada em quase R$ 100.
Mas ninguém precisa se desesperar. Há medidas simples que podem ajudar os inquilinos na hora da negociação. O primeiro passo para evitar surpresas desagradáveis é verificar no contrato de locação qual o medidor da inflação que vai servir como base para o reajuste.
Mesmo sendo o mais comum, o IGP-M não é o único utilizado, explicam os donos de imobiliárias. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC ) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA), cujo acumulado nos últimos 12 meses está na casa de 6,5%, também são alternativas usadas pelos donos de imóveis.
Sérgio Sampaio, dono de uma imobiliária que leva seu nome e diretor do Sindicato de Habitação da Bahia (Secovi-BA), conta que, na sua empresa, por exemplo, os reajustes de aluguel levam em conta uma média aritmética dos principais índices: IPCA, INPC e IGP-M, entre outros.
“Somamos e depois tiramos uma média desses índices. Assim, conseguimos um percentual de reajuste sempre equilibrado”, justifica. Segundo ele, o aumento anual fica em torno de 6%.
Na lábia
Com a experiência de 40 anos no mercado e com uma carteira de mais de 1,3 mil imóveis, Sampaio conta que a conversa ainda é a melhor saída para minimizar ou congelar o reajuste do aluguel. “Ainda é o melhor negócio”, garante. Segundo ele, antes do aumento de fato, nada impede que haja uma negociação.
Mas antes de se aventurar numa conversa com o proprietário do imóvel, é importante se informar sobre como anda o mercado de locação na sua região. Basta pegar informações com imobiliárias, corretores e amigos que trabalham no ramo, ou até mesmo lendo os jornais.
De acordo com Sampaio, os proprietários têm bom senso e costumam considerar as observações do locatário. “Não adianta querer praticar um preço muito alto em um lugar com uma grande oferta de imóveis, por exemplo”.
André Navarro, gerente executivo da APSA, empresa de gestão condominial e imobiliária, concorda que o reajuste não deve tomar como base apenas o medidor da inflação. Para ele, isso deve ser feito caso a caso e levando em conta o perfil do inquilino. Este ponto, aliás, é crucial. Não adianta você querer um bom preço, se não faz por merecer.
“Quando a pessoa é boa pagadora e conserva o imóvel, não tem porque eu não negociar com ele um valor que caiba em seu bolso”.
De acordo com Navarro, mais vale, muitas vezes, abrir mão do reajuste do que ter uma dor de cabeça maior futuramente. “Vai que depois perco um inquilino de boa índole e chega outro que atrasa mensalidade e estraga o imóvel? ”.
Três dicas cruciais
Se informe. Antes de negociar, se informar sobre o mercado na sua região. Pergunte em imobiliárias, corretores e amigos que trabalham no ramo.
Leia também os jornais. Procure saber quanto custa um imóvel igual ao seu.
Converse. Sempre vale a pena conversar com o locador. Se o mercado não for aquecido no bairro, lembre ao proprietário que o apartamento vazio é prejuízo para ele.
Fonte: http://www.correio24horas.com.br
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