Inadimplência em condomínios varia 111% entre diferentes regiões de SP
Guarujá tem índice de 7,56% de boletos vencidos há mais de dois meses, enquanto Moema, na capital paulista, registra apenas 3,57%; pesquisa foi realizada em 2 mil prédios onde vivem 150 mil famílias
Um levantamento realizado em 2 mil condomínios residenciais no Estado de São Paulo, onde vivem 150 mil famílias, mostrou que os índices de inadimplência no pagamento da cota condominial variam até 111% entre as diferentes regiões avaliadas.
Os dados são da Lello, tradicional administradora paulistana, com filiais na capital paulista, ABC, interior e litoral.
Entre os prédios do Guarujá, no litoral, havia no início deste ano 7,56% de boletos vencidos e sem pagamento por dois meses ou mais, enquanto na região de Moema, na capital paulista, esse índice é de 3,57%.
Na cidade de São Paulo o levantamento apontou inadimplência maior em condomínios residenciais localizados na região do Morumbi, com 6,51% dos boletos em aberto após 60 dias.
Na sequência vêm as regiões de Santana (6,42%), Tatuapé (6,17%), Mooca (5,69%), Perdizes (5,25%), Vila Nova Conceição (4,42%), Vila Mariana (3,93%), Jardins (3,64%) e Moema (3,57%).
No Grande ABC o índice ficou em 6,77%. Em Campinas, 5,84%. E, na Riviera de São Lourenço, a taxa foi de 3,76%.
Segundo a Lello, no último ano houve alta de 12% no índice de inadimplência condominial, que passou de 4,84% de boletos em atraso por mais de dois meses para 5,43%.
Painel
Visando orientar gerentes e consultores de sua equipe, a Lello promoveu no último dia 4 de abril um painel sobre inadimplência em condomínios com a participação de cerca de 100 pessoas.
O objetivo foi traçar um cenário sobre a situação econômica do país, o uso do protesto de cotas de condomínios em atraso como ferramenta para combater a inadimplência e o novo Código de Processo Civil, em vigor desde o último dia 18 de março, que definiu novo rito, mais ágil, de cobrança dos boletos em atraso, equiparando as cotas de condomínio a títulos executivos extrajudiciais.
Além do diretor da Lello Condomínios, Alexandre Ximenes, participaram do painel a gerente de Relacionamento com o Cliente, Angelica Arbex, o gerente de Cobrança da empresa, Carlos Henrique, e advogados convidados: José Carlos Alves, Vinicius Ferreira Brito, Sergio Emilio Jafet e Lino Eduardo Araujo Pinto.
Durante o evento foram debatidas as opções de cobrança existentes na lei e os cuidados necessários para que sejam eficazes no propósito, ou seja, garantir que os condomínios recebam os créditos que lhes são devidos no prazo mais curto possível.
“Nosso desafio é equilibrar a saúde financeira dos condomínios neste momento de crise econômica e desemprego e, para isso, precisamos de planejamento, ousadia e capacidade para propor alternativas aos nossos clientes”, disse Angelica.
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