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Segurança

Repressão a protesto pacífico

PMs atiram balas de borracha contra prédio em PE

quarta-feira, 2 de junho de 2021
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Vídeo mostra PMs apontando armas e atirando balas de borracha contra prédio durante repressão a protesto pacífico

Imagens gravadas por moradores do Centro do Recife também mostram policiais militares arremessando bomba de gás lacrimogêneo no telhado de um sobrado, no sábado (29).

A Polícia Militar apontou armas e atirou balas de borracha contra um prédio, além de arremessar uma bomba de gás lacrimogêneo em cima do telhado de um sobrado, no Centro do Recife, durante a repressão a um protesto pacífico contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no sábado (29). Imagens enviadas ao WhatsApp da TV Globo mostram a ação truculenta da PM.

Moradores de edifícios próximos ao local em que policiais militares atiraram balas de borracha contra os manifestantes relataram o medo e o susto que tiveram ao ouvir os tiros.

"Devia ter muita gente aqui nas janelas do prédio e eles começaram a atirar contra o prédio. Caiu muita bomba no telhado do casarão e atiraram contra as janelas. Eu estava filmando e tive que parar, com medo de me machucar. O que eu vi foi um completo horror. Estavam atirando a esmo", afirmou uma mulher que não quis se identificar.

Entre os feridos, estão dois homens que sequer estavam na manifestação e perderam a visão de um dos olhos após serem atingidos no rosto com balas de borracha. O ataque da polícia começou na Avenida Guararapes, a centenas de metros de distância de onde estavam os manifestantes.

"Chegaram carros da polícia, micro-ônibus da polícia. Pensei: 'está tendo uma guerra', tudo isso só por uma manifestação. Pensei: 'o que aconteceu para ter tudo isso?'. E eles começaram a atirar, atirar, atirar", disse a moradora.

O professor e passista Otávio Bastos mora na Avenida Guararapes. Ele estava dando aula online, quando começou a ouvir os sons do protesto. A aula estava sendo gravada e, devido ao barulho, ele decidiu mostrar aos alunos a manifestação, mas não imaginava a violência que se seguiria.

"Do nada, começo a escutar bomba, tiro, as pessoas correndo para um lado, para o outro, e desespero. Lá de cima, como eu estava com a câmera, fiquei muito impressionado. Os alunos também ficaram muito assustados, e ali começou uma grande confusão, com uma polícia altamente ofensiva, pelo que eu estava observando naquele instante, e muito assustador", declarou.

'Foi uma armadilha'

O artista plástico e grafiteiro Caju disse que não vai esquecer as cenas de violência que presenciou. No chão, ficou o rastro de balas de borracha, cartuchos e bombas de efeito moral. Na volta para casa, ele catou alguns dos materiais e levou para o ateliê em que trabalha, em Olinda.

"Foi muita coisa e eu acho que nem peguei 1% do que foi usado lá. Foi algo muito triste, muita violência. Foi uma coisa muito feia, acho que a palavra é bem essa. [...] A galera foi muito agressiva sem necessidade. Tinha crianças, mulheres grávidas, idosos. Foi bem desnecessário o que aconteceu", afirmou o artista.

Caju disse, ainda, que presenciou o momento em que a bala de borracha disparada pela PM atingiu o adesivador de táxis Daniel Campelo, que teve o olho esquerdo retirado.

"Eu vi Daniel na frente, fiquei alguns metros atrás dele e até me disseram que poderia ter sido eu. Eu não fui e ele seguiu. Voltei em menos da metade da ponte e ele seguiu. Daqui a pouco, já foi ele passando com a mão no olho e a galera carregando ele. E ele pedia muita ajuda, ou seja, ele não viu ajuda do outro lado. Veio pedir ajuda do lado de cá, onde estava mais em paz", afirmou.

Segundo o artista plástico, a atuação da polícia no protesto pareceu uma espécie de emboscada.

"A polícia cercou as pessoas. Não era uma barreira, eram várias barreiras. E, quando começou a pegar fogo mesmo, para onde você fosse tinha polícia. Eu vejo que foi uma armadilha. Não foi nada legal, montaram uma armadilha para aquele dia. E podia ter sido bem pior, podia ter sido vários outros olhos perdidos, vidas perdidas", afirmou.

Truculência da PM

A ação da PM durante o protesto no sábado (29) foi alvo de diversas críticas e repúdio por parte de políticos, partidos e diversas instituições. Os manifestantes relataram uma resposta desproporcional da corporação, que interveio no ato com balas de borracha, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo.

O cantor Afroito foi arrastado e detido por policiais militares durante o protesto, sendo liberado após pagar fiança de R$ 350.

O advogado Roberto Rocha Leandro, que é presidente da Comissão de Direito Parlamentar da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB), foi agredido com duas balas de borracha na perna e duas nas costas disparadas pelos policiais militares.

Ainda no sábado (29), a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), afirmou que a dispersão do protesto não foi autorizada pelo governo do estado. Na segunda (31), o secretário Pedro Eurico repetiu que a ordem não partiu do governo, mas disse que não há uma Polícia Militar paralela em Pernambuco.

Investigação

O governo estadual abriu um inquérito policial de lesão corporal gravíssima e um inquérito policial militar para investigar a atuação da polícia no sábado (29).

Além disso, o estado declarou que afastou quatro policiais militares envolvidos na agressão à vereadora Liana Cirne (PT), atingida por spray de pimenta no rosto, e o comandante da operação.

Em nota divulgada na segunda-feira (31), a Secretaria de Defesa Social disse que os nomes dos policiais afastados não foram divulgados "em cumprimento à Lei de Abuso de Autoridade, que veda a divulgação de nomes de pessoas que respondem a processos criminais ou administrativos". Além disso, contou que as investigações seguem "dentro da legalidade e com isenção".

https://g1.globo.com/

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