Residencial interditado
Condomínio em Osasco corre risco estrutural
Defesa Civil interdita condomínio em Osasco por risco estrutural
Órgão determinou saída imediata dos moradores. Condomínio alega que contratou empresa de engenharia, que não apontou risco iminente. Moradores dizem não ter para onde ir
A Defesa Civil interditou, na noite desta terça-feira (11), um condomínio em Osasco, na Grande São Paulo, após avaliar problemas graves na estrutura do imóvel.
O órgão determinou a saída imediata dos moradores. Porém, como não há decisão judicial, as famílias podem assumir o risco de permanecer. Cerca de 120 famílias residem no local.
O condomínio está localizado na Rua Aquiles Beline, 460, no Jardim Padroeira.
São 130 imóveis de 48 metros quadrados. O condomínio foi entregue em setembro de 2017 pela construtora Caruso. Desde o começo deste ano, o estacionamento está cheio de rachaduras no teto, nas vigas e colunas.
A administração do condomínio contratou uma empresa para avaliar a situação. O engenheiro contratado pelo condomínio concluiu que "a estrutura encontra-se estável e sem riscos aparentes de colapso parcial ou total.
“No meio desses estudos eles começaram a observar que a gente estava tendo um problema no solo, onde estava cedendo. A partir daí ele foi mensurando com aparelhos e ele viu que o solo estava cedendo absurdamente”, explicou Viviane Josefa da Silva, conselheira do condomínio.
Todo o estacionamento foi interditado para veículos. Há cerca de um mês foram instaladas estruturas de ferro em todo os locais, justamente para escorar o teto e também as vigas.
Para a Defesa Civil, faltam documentos que atestam a segurança para os moradores.
“Eu não tenho para onde ir, uma vida inteira de trabalho, todas as minhas economias, garantias, empréstimos, tudo que a gente faz para almejar e alcançar o grande sonho da vida da gente que é ter a nossa casa, dar um lar para os nossos filhos, e hoje a gente está nessa situação”, relata Viviane.
A Prefeitura de Osasco disse que vai abrir um processo no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do estado de São Paulo para apurar as responsabilidades.
A administração municipal determinou a saída imediata das famílias, mas muitas das 120 que moram no condomínio preferem não sair.
“Eu estou gostando daqui, eu gosto daqui, eu não vou sair igual o povo tá falando de sair, ir embora, eu não vou sair, eu vou continuar, não tenho medo nenhum, eu vi a fundação, tudo certinho”, afirma a técnica de enfermagem, Ruth Manuel da Silva.
"Pagamos, fizemos um rateio entre os moradores, e até agora não resolveu nada", disse Milton, um dos moradores. "Quem tem para onde ir, pode e vai para algum lugar, mas e quem não tem?", questionou ele.
Fonte: https://g1.globo.com/