Retrofit sustentável
A busca do momento é por edifícios mais amigos do ambiente
por Hubert Gebara *
A crise hídrica – que é também a crise de energia elétrica – está afetando a rotina dos condomínios de uma forma como há muito tempo não se via. Usar a boa e velha vassoura para varrer calçadas e áreas comuns, implantar horários para racionamento de água, desligar um elevador em certos períodos do dia, são apenas algumas das medidas que a comunidade dos prédios está sendo obrigada a adotar.
São medidas que contrastam com a gastança do passado, quando, para todos nós, água e energia elétrica eram tidas como conforto intocável e aos quais tínhamos direito como bens hereditários.
A situação mudou. De repente, fomos obrigados a repensar aquilo que julgávamos acima do bem o do mal em nossa vida civilizada. A nova realidade está impondo aos moradores dos condomínios mais criatividade.
Para os prédios construídos há mais tempo e que, por isso mesmo, não foram concebidos de forma tão sustentável como seria correto, a situação é ainda mais grave. Esses prédios não tiveram em seus projetos previsão para a instalação de hidrômetros de medição individualizada. Não tiveram previsão de espaços destinados à coleta seletiva de lixo. Não tiveram uma adequação das áreas comuns aos problemas de segurança que surgiriam décadas depois.
Esse quadro está fazendo a comunidade dos prédios considerar um tipo de retrofit que também não existia antes. Estamos falando de retrofit sustentável. Essa mesma comunidade da qual síndicos estão à frente, não sabe ainda como começar a resolver a questão. Há pouca informação. Os condomínios precisam consultar suas administradoras. As próprias administradoras precisam dar aos condomínios um tipo de assessoria mais acurada.
O retrofit sustentável para prédios comerciais é um produto conhecido no mercado. A idéia nova é o retrofit sustentável para empreendimentos residenciais. Mesmo assim, ele não é um fantasma. Para quem ainda não sabe, é um produto também existente no mercado e pode ser uma opção financiada para que o prédio sofra menos com os rigores da crise atual.
O BNDES e a Caixa Econômica Federal deveriam ter linhas de financiamento para esse tipo de reforma com ênfase na sustentabilidade.