Ribeirão Preto
Moradores de condomínio estão preocupados com ferro-velho após zika vírus
Ferro-velho preocupa moradores de condomínio após registros de zika
A circulação do zika vírus em Ribeirão Preto (SP), confirmada após o registro de dois casos da doença na cidade, preocupa moradores de um condomínio no bairro Ipiranga, na zona norte. As casas ficam ao lado de um ferro-velho cheio de criadouros do mosquito Aedes aegypit.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Ribeirão Preto, o Centro de Controle de Zoonozes da cidade foi notificado na segunda-feira (28) para resolver o problema no local.
A preocupação aumentou entre os vizinhos do ferro-velho depois que uma das moradoras apresentou sintomas da doença, no início da semana.
"Pintinhas vermelhas apareceram pelo corpo e na terça-feira meu joelho começou a doer", disse a técnica em enfermagem Thaís Antonielli.
Vizinha está grávida
Ela procurou um médico e relatou ainda dor na cabeça e no fundo dos olhos. A técnica ainda aguarda o resultado de exames, mas a suspeita de zika vírus já é suficiente para deixar apreensiva uma vizinha dela, que está grávida.
"A gente fica meio apavorada com casos de microcefalia e dá muito medo", disse a gestante Jeanny Andrade.
Em novembro deste ano, casos de bebês nascidos com microcefalia em outras regiões do país foram associados ao vírus pelo Ministério da Saúde. Em dezembro, a Secretaria Estadual de Saúde informou que seis casos de microcefalia em recém-nascidos são investigados, um deles em Ribeirão Preto.
Apesar do medo, a pedagoga afirma que tem tomado todos os cuidados para evitar contato com o mosquito transmissor.
"Passo repelente, coloco veneno nas tomadas, estou fazendo a minha parte, o problema são os outros", afirmou.
Outros casos
Segundo o síndico do condomínio onde Jeanny e Thaís moram, seis outros moradores já tiveram dengue este ano. Para ele, o problema é causado pelo ferro-velho abandonado.
"Desde junho mando comunicado para o proprietário, fui na Prefeitura e nenhuma providência foi tomada", disse Luiz Guilherme.
Os carros deixados no local servem de criadouros para o mosquito que transmite a dengue, o zika vírus e a febre Chikungunya.
"Existe muito acúmulo de água ali e é muito pernilongo aqui", disse Thaís. "Dentro de casa a gente faz todas as prevenções".
O condomínio está localizado na zona norte de Ribeirão, que registrou 788 casos de dengue até novembro deste ano, segundo último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura em dezembro. O bairro é o terceiro na concentração de casos da doença na cidade.
Zika vírus
Dois casos de zika vírus foram registrados em Ribeirão Preto no primeiro semestre e foram confirmados pelo Instituto Adolpho Lutz na quinta-feira (24). O primeiro caso foi registrado em um homem de 48 anos e o segundo em uma mulher de 39 anos, que já estão recuperados.
A doença foi identificada pela primeira vez no país em abril e tem provocado intensa mobilização das autoridades de saúde. Os principais sintomas da doença provocada pelo zika vírus são febre intermitente, erupções na pele, coceira e dor muscular.
A evolução da doença costuma ser benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em um período de 3 até 7 dias. O quadro de zika é muito menos agressivo que o da dengue.
Fonte: http://g1.globo.com/