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Segurança

Riscos de desabamento

Ocorrências em Fortaleza cresceram 17x desde o Ed. Andrea

sexta-feira, 24 de março de 2023
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Quase mil ocorrências por risco de desabamento são registradas em Fortaleza após desabamento do Edifício Andrea

Dados da Defesa Civil da capital cearense mostram que chamados cresceram 17 vezes em outubro, em relação ao mesmo mês em 2018; seis imóveis já foram evacuados

O alerta dos cearenses à situação estrutural de prédios e residências foi aceso em definitivo após a queda do Edifício Andrea, no dia 15 de outubro. Os chamados pela Defesa Civil de Fortaleza se multiplicaram. Em outubro de 2018, foram registradas 42 ocorrências por risco de desabamento – no mesmo mês deste ano, o total foi de 715 (17 vezes mais).

Em novembro de 2018 inteiro, 50 chamados neste perfil foram contabilizados pelo órgão, e neste mês, somente até o dia 11, a Defesa Civil foi acionada 256 vezes para verificar riscos de colapso em casas e edifícios, totalizando 971 ocorrências entre outubro e novembro de 2019.

Uma média de 20 visitas dos técnicos da Defesa Civil aos imóveis prejudicados é realizada todos os dias, número que “varia muito” a depender da distância das edificações e, principalmente, da gravidade da situação, já que alguns prédios “demandam mais tempo de avaliação in loco da equipe”, como informou o órgão ao G1, em nota.

Do dia 16 de outubro, seguinte à tragédia do Andrea, até agora, cerca de 500 locais foram avaliados por 60 agentes que se revezam para atender à demanda. O número de prédios notificados por riscos de desabamento “não tem como ser contabilizado no momento, por conta do excesso de demandas”, acrescenta a nota. Contudo, entre prédios e casas, seis imóveis de Fortaleza já foram evacuados.

O Edifício Ana Cristina Holanda, no Montese, foi um deles, interditado pela Defesa Civil na manhã do dia 6 de novembro. A autônoma Mirleide Castro, 55, morava nele há 14 anos, e afirma que os inquilinos precisaram “sair às pressas” após a estrutura ser condenada por laudo de engenheiro particular.

“O resultado saiu dia 31 de outubro, mas a dona [dos apartamentos] só comunicou pra nós, moradores, dia 4 de novembro. Foi um choque muito grande”, relata Mirleide, que vive, hoje, numa casa cedida por uma amiga “pelo mesmo preço que pagava” no condomínio interditado.

Mirleide aponta que a situação do edifício chegou a tal ponto porque o prédio “nunca passou por reforma profunda, nesse tempo todo, só pintura e umas besteirinhas”. O laudo estrutural constatou que as duas caixas d’água do condomínio estavam colapsadas.

“Ficou lá meu guarda-roupa e meu sofá, porque quando a Defesa Civil chegou, foi muito rápido. A maioria das pessoas já tirou tudo. Mas eu não vou voltar pra pegar nada não, porque é uma lembrança muito grande. Não é fácil esquecer.”, diz Mirleide.

Inspeção predial

A busca recente dos fortalezenses pela inspeção predial “mostra que o ser humano acaba sendo movido a tragédias, e que elas motivam soluções”, como opina o presidente do Conselho Regional de Engenharia do Ceará (Crea), Emanuel Mota. Para ele, é necessária a elaboração de um plano de manutenção para cada construção.

“Mesmo com vazamento e rachadura, o imóvel continua sendo útil, então negligenciamos. Mas está cada vez mais claro que esses são avisos de que a estrutura pode colapsar”, frisa.

O engenheiro aponta que a falta de inspeção predial e de uma prática mais incisiva da lei municipal quanto a essa questão são problemas de ordem social, “que causam vários problemas e culminam na evacuação das moradias”. Além disso, as condições de Fortaleza ampliam a necessidade de cuidados.

“Nossa atmosfera é muito agressiva, tem muita salinidade. Isso favorece a corrosão das estruturas mais rapidamente. Construções mais antigas e que não foram mantidas corretamente começam a apresentar rachaduras e trincas que geram o colapso estrutural. Muitos condomínios e empresas estão chamando engenheiros que já tinham apresentado propostas antigas de intervenções, mas que haviam sido engavetadas. Com certeza a tragédia fez a cidade acordar para a importância disso”, finaliza.

Despertar para o problema

Antes de presenciar o desabamento do Edifício Andrea, Luiz Oliveira (nome fictício para preservar identidade) não dispensava a devida importância às colunas desgastadas, às rachaduras e ao chão “meio fundo” da garagem do prédio onde mora, no Centro de Fortaleza. Mas ao ver as imagens das colunas descascadas do Andrea, que circularam nas redes sociais após a tragédia, “acordou”.

“A gente via as colunas soltando o reboco, umas rachaduras, os ferros das vigas enferrujados, já. Desgastes mesmo na estrutura. Mas ninguém nunca imaginou que seria possível acontecer algo mais grave. Mas quando saíram aqueles vídeos, quando o Andrea desabou, acordamos, né? Tava muito parecido com a situação daqui, todo mundo se desesperou”, declara o morador, preferindo não se identificar para não expor o condomínio – que data dos anos 1980, e nunca havia passado por inspeção predial até outubro.

A Lei Municipal de Inspeção Predial foi criada em 2012 e regulamentada em 2015. A norma deveria ter entrado em vigor em janeiro de 2016, mas a medida foi prorrogada por quatro vezes e segue sem data definida. Em sessões recentes, a Câmara Municipal de Fortaleza tem se articulado em relação às falhas na aplicação. Ainda em novembro, uma reunião entre os vereadores e a bancada federal do Ceará deve avaliar a questão.

Fonte: https://g1.globo.com/

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