RJ: Coerção de síndicos
Milicianos cobravam taxa de segurança em boleto
Milicianos coagiam síndicos e taxas passaram a ser cobradas em boletos de condomínios, diz delegada
Grupo iniciou extorsão de porta em porta, depois passou a cobrar em uma banca próxima aos condomínios, até conseguir incluir a taxa de segurança no boleto de cada morador
O grupo de milicianos que atuava em cinco condomínios da Estrada Calundu, em Nossa Senhora do Carmo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, coagia os síndicos para que a taxa de segurança fosse adicionada no boleto condominial e depois repassada para os criminosos.
De acordo com a delegada Thaianne Cavalcanti, a cobrança começou a ser feita de porta em porta, depois passou para uma banca próxima aos condomínios. Ultimamente, o valor é cobrado no boleto condominial e cada morador era obrigado a pagar R$ 20 de taxa. O grupo é alvo de uma operação na manhã desta terça-feira.
Policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) cumprem 18 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão no município da Baixada e na Região dos Lagos. Até o momento, oito pessoas foram presas, sendo quatro PMs.
Além da taxa de segurança, os moradores são obrigados a ter sinal de TV a cabo clandestino e serviços de internet de uma empresa específica, que é indicada pelos milicianos. No local, são aproximadamente 8 mil moradores.
Os líderes do grupo são quatro policiais militares. Ainda segundo a delegada, os agentes também atuavam coagindo moradores e gerenciando o recolhimento do dinheiro. A princípio, os policiais responderão por organização criminosa e extorsão.
"Agora a gente vai partir para a segunda fase dessa investigação. A partir de todo o material apreendido, que vai ser devidamente trabalhado, a gente verifica os demais crimes cometidos", explicou Thaianne.
A operação desta manhã também conta com apoio da Polícia Militar. A delegacia reforça que todos aqueles que, direta ou indiretamente participem das atividades de milícia, serão responsabilizados.
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