RJ: Morte de homem
Corpo de homem morto fica 7 dias em apartamento
Após ficar uma semana em apartamento, corpo de homem morto em Realengo é removido e será enterrado nesta quarta-feira
Corpo de Genézio Antonio da Silva ficou sete dias em casa e passou por sucessão de episódios de burocracia até ser retirado do apartamento
O corpo de Genézio Antonio Silva, de 59 anos, foi retirado por bombeiros na noite de terça-feira (21) do apartamento onde vivia, em Realengo, Zona Oeste do Rio, e levado ao Hospital Albert Schweitzer. Ele será enterrado nesta quarta-feira (22), no Cemitério de Campo Grande. Até a publicação desta reportagem, o horário do sepultamento ainda não havia sido confirmado.
O corpo de Genézio permaneceu uma semana dentro do apartamento e só foi removido depois das reclamações feitas por vizinhos. Durante esse período, a situação passou pelas mãos da clínica da família, dos bombeiros e polícia.
Desaparecimento
Vizinhos estranharam quando Genézio deixou de aparecer nos corredores.
“Todo dia, nos mesmos horários, ele passava e falava com as pessoas. Ele basicamente sumiu, ficou um tempo sem aparecer. Com isso, surgiu um certo odor”, lembrou Boniek Santos.
Na manhã desta segunda-feira (20), Boniek e outros vizinhos chamaram os bombeiros, que arrombaram o apartamento e encontraram Genézio sem vida. Segundo a equipe, ele já estava morto havia, pelo menos, uma semana.
“Isso foi às 9h20. Ficaram aqui até a tarde, quando conseguiram que viesse um médico da Clínica da Família para atestar o óbito, lá para as 16h."
O médico apontou a causa da morte como indeterminada.
Os vizinhos, então, entraram em contato com a polícia, mas não conseguiram ninguém para fazer a retirada.
“Eu entrei em contato com a polícia, com o bombeiro, com o rabecão. Só jogo de empurra. Falaram que, como quem atestou o óbito foi a Clínica da Família, eles que teriam que continuar com o procedimento”, disse Boniek.
Nesta terça-feira (21), o corpo continuava no apartamento. Por causa do cheiro forte, alguns moradores não aguentaram ficar no prédio.
Faltou registro em cartório
Ainda na tarde desta terça, a Secretaria Municipal de Assistência Social entrou no caso. Em uma situação como esta, sem família e sem recursos para o enterro e sem registro de violência, é a secretaria que se encarrega de remover o corpo.
Os assistentes sociais foram ao Cemitério de Campo Grande para conseguir a gratuidade com a funerária.
No entanto, no local, foram informados pela funerária de que, ao dar o atestado de óbito, o médico da Clínica da Família deveria ter orientado os vizinhos a registrarem o documento no cartório. Segundo a funerária, sem o registro, não há como retirar o corpo e fazer o enterro.
O que disseram as autoridades
A Polícia Militar informou que mortes por causas naturais não são conduzidas pela PM, já que não há indícios de crime.
A Polícia Civil informou que só atua quando a morte tem indícios de crime.
O Corpo de Bombeiros disse que não houve pedido de rabecão. Para que a corporação faça a remoção do corpo, é preciso que a polícia vá até o local e que seja expedida uma guia de remoção de cadáver pela delegacia.
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