Polícia Militar anuncia expansão do programa Vizinhança Solidária na Convenção Secovi
Os palestrantes destacaram a importância da segurança integrada entre os prédios para impedir ocorrências e revelaram queda no número de arrastões em condomínios
Temas de relevante interesse para síndicos, subsíndicos, diretores de incorporadoras e construtoras, coordenadores de projetos, gerentes técnicos, arquitetos, engenheiros e projetistas de empreendimentos de edificações, foram tratados no último dia da Convenção Secovi 2013 com a realização do seminário “Proteja sua Família e seu Patrimônio”.
O primeiro painel contou com palestras sobre segurança em condomínios ministradas pelos coronel Glauco de Carvalho, diretor de Polícia Comunitária e Direitos Humanos da Polícia Militar de São Paulo, e pelo major Elias de Godoy, especialista em segurança condominial e instrutor da Universidade Secovi. Contou ainda com as participações do delegado Mauro Fachini, como debatedor, e de Sergio Meira de Castro Neto, diretor de Condomínios da vice-presidência de Administração Imobiliária e Condomínios do Sindicato, que atuou como coordenador do seminário.
Na fala de abertura, Sergio Meira lembrou que a questão de segurança é uma preocupação constante do Secovi-SP. A entidade já editou dois manuais sobre o assunto e promove, periodicamente, palestras e cursos, além de manter uma parceria exitosa com a Secretaria de Segurança Pública, que engloba as polícias Civil e Militar.
“Precisamos impedir a presença do bandido no nosso condomínio e, para isso, é necessário tomar medidas preventivas”, disse Meira, que salientou: “A principal arma do bandido é o fator surpresa”. Por isso, Meira chamou a atenção para a importância do trabalho realizado em conjunto com instituições e a sociedade.
Vizinhança Solidária foi o assunto trazido pelo Coronel Glauco. Ele explicou que o programa que forma bolsões de segurança entre prédios, residências e comércio e anunciou que, em 2014, será uma das prioridades da Diretoria de Polícia Comunitária da Polícia Militar.
“Já estamos preparando folhetos e, em parceria com o Secovi-SP, vamos fazer uma ampla divulgação aos síndicos, funcionários de condomínio, administradoras e, principalmente, condôminos. Queremos chegar a uma parcela significativa da população paulista que mora e trabalha em condomínios”, revelou.
O major Elias informou que o programa teve início em Santo André, região metropolitana de São Paulo. Na sequência, o projeto-piloto foi implantado no bairro do Itaim Bibi, na Capital, e, segundo ele, tem dado certo.
“Juntos e integrados, temos condições de fortalecer os condomínios e combater o crime”, afirmou o policial.
Para a expansão do programa, o diretor da Polícia Comunitária pediu o apoio dos síndicos no sentido de promoveram reuniões com seus vizinhos e avisou que serão promovidas reuniões com os comandantes dos batalhões para que estes possam absorver o conceito de segurança integrada.
“O Vizinhança Solidária é uma faceta do policiamento comunitário”, destacou o coronel Glauco.
Para o delegado Mauro Fachini, titular da 4ª Delegacia da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio (Deic), as ações preventivas têm contribuído para a queda no número de arrastões em condomínios nos últimos anos. Ele informou que, este ano, ocorreram oito arrastões. Seis já foram resolvidos, inclusive com a prisão dos integrantes das quadrilhas. No ano passado, foram registrados 19 casos, sendo 18 deles solucionados pela equipe do delegado.
Prevenção
O major Elias chamou a atenção para o que ele denominou de triângulo da segurança: equipamentos em funcionamento, treinamento dos funcionários e conscientização dos funcionários. “Só assim iremos conseguir minimizar os problemas”, afirmou. Para isso, ele destacou a importância do síndico, que é responsável civil e criminalmente por todas as ocorrências no condomínio.
O coronel Glauco, que também é síndico de um condomínio na região Norte da capital paulista, o condomínio reflete muitos dos problemas brasileiros, tais como a falta de participação do cidadão e o não cumprimento das regras.
“Noventa por cento dos problemas que ocorrem no condomínio são relacionados ao não cumprimento de regras e, em especial, das normas de segurança”, estimou o policial, informando ainda que, segundo uma pesquisa realizada em São Paulo e divulgada recentemente, “a média de participação nas assembleias é de apenas 12%, quando não há vagas de garagem a serem sorteadas.”
Para o diretor da Polícia Comunitária, “deveríamos ter uma participação maciça no condomínio, pois tangencia a vida pessoal e da sua família”. Ele salientou, ainda, que “a vida em comunidade exige o cumprimento de regras para a convivência harmônica e pacífica.”
O coronel contou que tem um irmão vivendo na Califórnia (Estados Unidos) e lá os condomínios não têm zelador. “Eu perguntei como funciona e ele respondeu: ‘aqui a maior parte dos prédios não tem funcionário e cada morador cumpre a regras’. As regras são tão estatuídas que, há 10 anos, quando ele era locatário em um imóvel, aconteceu um problema de vazamento e o proprietário teve 24 horas para consertar o encanamento, sob pena de pagar uma indenização que, muito provavelmente, seria superior ao dano causado.”
“O nosso grande desafio no Brasil, mais especificamente nos condomínios, é fazer cumprir as regras. Nestes locais, vivem múltiplas famílias. Deveriam ser ambientes tranquilos, contudo 90% dos problemas que neles ocorrem são relacionados ao não cumprimento de regras e, em especial, das normas de segurança”, estimou o policial.
Fonte: http://www.secovi.com.br/
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