SP: condomínios gastam milhões em tecnologia para evitar arrastões
Prédio chega a gastar R$ 50 mil por mês em segurança privada. Em 2013, foram registrados 13 arrastões. E 4 em 2014. Mas número pode ser maior.
O Sindicato de Habitação de São Paulo vai trabalhar em parceria com a polícia para evitar arrastões em condomínios. Só neste começo de ano já foram registrados quatro arrastões.
Mas os números podem ser maiores, já que tem morador que – por medo de desvalorização do imóvel ou de retaliação dos bandidos – acaba não registrando o crime.
Muitos condomínios têm investido milhões em tecnologia. Mas o Sindicato das Administradoras de Condomínio avisa: se os funcionários não estiverem bem treinados, não adianta nada.
Vistoria no carro antes de entrar no condomínio. Grades, cerca elétrica, comunicação entre os seguranças e um sistema de monitoramento com muitas câmeras, que dá ao porteiro a visão das áreas comuns do prédio. Todo esse aparato custou R$ 130 mil para os moradores de um condomínio na região do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo.
“R$ 50 mil por mês com segurança privada. Tem tido muito assalto, arrastão, é uma coisa comum. Então, o único jeito da gente realmente poder garantir um pouco mais a segurança e a integridade física dos condôminos da região e dos moradores foi intensificar a segurança particular”, afirma a síndica do condomínio, Priscila Gargalac.
Para o consultor em segurança Ivan Sindicic, não basta apenas fazer investimentos. “Duas coisas: que o condômino, ele compre essa ideia e ele respeite a ideia. Não vale carteirada de condômino. E treinamento para os funcionários. Sem esses dois, não adianta investir milhões, que não vai dar certo”, avalia o especialista.
O Sindicato de Habitação diz que no ano passado ocorreram 13 arrastões em condomínios na cidade de São Paulo. E que neste ano já foram quatro.
Para especialistas em segurança, esses números são subestimados. Ou seja, muito abaixo da realidade. Eles dizem que, na maioria das vezes, os moradores não vão registrar a ocorrência na delegacia – ou por medo dos ladrões ou por medo da desvalorização do imóvel.
Esta semana, o Sindicato da Habitação e a Secretaria da Segurança paulista vão firmar um convênio para tentar evitar os arrastões. Serão dadas palestras e distribuídos folhetos nos condomínios, sobre segurança.
“Nós estamos imprimindo 80 mil folhetos para distribuir nos 40 mil condomínios do estado de São Paulo. E vamos aumentar, incrementar os cursos, incrementar a divulgação e incrementar a conscientização da população. Se nós não participarmos, a Polícia Civil e a Polícia Militar, sozinhas, não darão conta do problema”, afirma o vice-presidente do Secovi/SP, Hubert Gebara.
O Deic – Departamento de Polícia Civil de São Paulo – disse que foram esclarecidos 76% dos arrastões do ano passado. Neste começo de ano, dois casos já foram desvendados.
Fonte: http://g1.globo.com/
Matérias recomendadas