Moradores de condomínio em Praia Grande vivem sem água há um mês
Apartamentos foram construídos pelo programa ‘Minha casa, minha vida’. Água barrenta, que chega ocasionalmente, já deixou pessoas doentes.
Moradores de um condomínio habitacional de Praia Grande, no litoral de São Paulo, estão vivendo há cerca de um mês sem água encanada, desde que se mudaram para apartamentos do programa ‘Minha casa minha vida’ na Vila Sônia.
Os cerca de 120 moradores se mudaram para o edifício Onix, mas a Sabesp não fez a ligação dos registros de água dos blocos. Débora Carneiro da Costa é uma das moradoras que sofre com a falta de água. “A gente está buscando água de baldinho, de garrafa. Nós estamos nos virando como a gente pode”, reclama.
A dona de casa Cleide Maria da Silva tem que cuidar do marido que teve derrame e não pode sair da cama.
“Tenho que lavar os lençóis e não tem água. Agora mesmo tenho que dar banho nele e não tem água. Está péssimo”, conta.
A moradora Regina Cremasco conta que o prazo para as famílias se mudarem para o condomínio era até esta terça-feira (5), para que não perdessem o direito ao apartamento. “Agora todo mundo já deixou as casas. Eu morava de aluguel. Como que eu volto?”, questiona.
Os moradores enchem os baldes de caixas dos reservatórios que são abastecidos por caminhões pipas. A água que chega pelos caminhões fica pouco tempo nas torneiras. A moradora Liliam Martins da Silva se preocupa com a conta de água que, segundo ela, está sendo marcada pelos registros.
“Como a construtora está mandando a água, ela passa pelo relógio que roda e a gente vai ter que pagar um valor que está no relógio sem ser água da Sabesp”, afirma.
Outra reclamação das famílias é que a água que chega tem cor escura e, por isso, os moradores tem comprado água para beber e cozinhar. Maria José conta que quando mudaram não sabiam do problema. “Eles falam que é para mudar em um prazo de 30 dias. A gente mudou. Quando vim para cá não tinha água ainda. Tinha que ir na vizinha tomar e tudo. Aqui só para tomar banho a gente tem que buscar água lá embaixo ou esperar a boa vontade e, quando chega, é essa água amarela. Eu e minha vizinhas nos juntamos para comprar água para beber. Eu tomei banho ontem e hoje acordei ruim”, conta.
Outros moradores também tem passado mal com o consumo da água. Dalva Bernarda da Silva está com coceiras pelo corpo. “Meu filho está com diarreia e vomitando, mas foi trabalhar assim mesmo. Eu estou com essas coceiras que só podem ser da água, não tem outra coisa”, conta a moradora.
Além da falta de água, os moradores ainda convivem com o esgoto que passa pela rua. Wilson dos Santos, morador do condomínio, conta que o esgoto está saindo de uma das casas. “A Sabesp esteve aí, mexeu e largou por isso mesmo”, explica.
A construtora Âncora assumiu que o problema foi por causa de uma divergência na documentação enviada para a Sabesp. A empresa disse que já está providenciando a regularização para que a ligação seja feita o mais breve possível. Quanto a água suja dos caminhões pipa, a construtora esclarece que a água comprada é própria para consumo.
Em contato com a Sabesp, a concessionária disse que vai mandar uma equipe ao local para verificar o que aconteceu com o esgoto que está escoando pela rua.
Fonte: http://g1.globo.com
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