De 280 mil prédios, só 597 passaram por vistoria obrigatória no Rio
Desde março, lei obriga condomínios a ter aval de engenheiro ou arquiteto. Medida de segurança foi tomada por prefeitura após tragédia matar 22.
No Rio de Janeiro, uma lei determina que os síndicos façam, ainda este ano, uma vistoria nos prédios para evitar riscos à segurança. Mas, de todos os milhares de edifícios da cidade, menos de 600 cumpriram a determinação.
Desde março, no Rio, os condomínios são obrigados a contratar um engenheiro ou arquiteto para analisar e atestar a segurança, estabilidade e boa conservação do imóvel.
“A estrutura antiga de concreto armado dura séculos, mas tem que estar bem cuidada. Essas coisas são fundamentais, a pessoa atestar a qualidade do concreto, se a obra foi bem feita, se a estrutura está bem protegida”, explica o arquiteto Ronaldo Foster.
O laudo deve indicar as reformas a serem feitas e os prazos para execução. O que motivou a regulamentação da lei foi a tragédia do Edifício Liberdade, que desabou no Centro da cidade, em janeiro de 2012.
Segundo as investigações, uma reforma mal feita em um dos andares provocou a queda do prédio. Vinte e duas pessoas morreram e 6 ficaram feridas.
Pelos números da prefeitura, o Rio de Janeiro tem hoje 280 mil prédios. E todos vão ter que passar vistoria até o dia 31 de dezembro. O prazo está acabando, mas até agora só 597 entregaram os laudos.
Um prédio, de quase 60 anos, é um dos poucos com vitoria. “A parte de incêndio tem que ser readequada. É esse o perigo.
Esse é o grande perigo e como as pessoas vão sair numa emergência. Felizmente, não temos incêndio toda hora, mas nós temos que estar muito preparados”, afirma a síndica Regina Lima Rocha.
Em outro, com apenas 24 apartamentos, moradores reclamam do gasto extra no fim de ano.
O serviço de vistoria pode ficar em até R$ 3 mil.
“Só que é muito caro. As pessoas vêm, o engenheiro vem, cobra um valor exorbitante”, conta a subsíndica Márcia Helena de Souza. “E agora na véspera de Natal, né?”.
Pela lei, o condomínio que não apresentar o laudo de vistoria ficará responsável pela segurança do prédio e ainda pagará multa – que será calculada pelo tipo de irregularidade e valor do imóvel.
“Preocupa, principalmente porque a autovistoria funciona como um check-up. Se essa avaliação é feita periodicamente, as contas de água são mais baixas, os gastos com a eletricidade. Sem dúvida nenhuma é muito melhor fazer esta averiguação preventiva”, afirma o secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho.
Vai dar tempo? “Vai dar tempo. Vai, se Deus quiser vai dar tempo. A gente vai correr aí para dar tempo”, garante Márcia Helena.
Fonte: http://g1.globo.com/
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