Erosão condena casas e assusta moradores de condomínio em Goiás
Situação no Residencial Santa Luzia, em Novo Gama, é mais grave nos módulos três e quatro. Caixa Econômica cobra cronograma de construtora.
No começo do mês, o Bom Dia Brasil mostrou uma reportagem com a reclamação de moradores do Residencial Santa Luzia, no município goiano de Novo Gama, perto de Brasília. Eles estão assustados com a erosão do terreno em que foram construídas algumas casas. Ao contrário do que foi dito na primeira reportagem, a situação mais grave está nos módulos três e quatro do condomínio – e não no um e dois.
O Residencial Santa Luzia é dividido em quatro módulos de casas, que foram construídos em duas etapas.
Em 2009, usando financiamento da Caixa Econômica Federal para um projeto chamado Crédito Solidário, uma cooperativa foi a responsável pela obra dos módulos um e dois.
A conclusão do residencial se deu com os módulos três e quatro, construídos também com financiamento da Caixa Econômica Federal, mas dentro do projeto “Minha Casa, Minha Vida”, em que o agente financeiro exige obras de infraestrutura.
Ao todo, o residencial tem 500 casas. Trezentas são da segunda etapa de construção e foram liberadas para os moradores em dezembro de 2012 pela cooperativa responsável pela obra, sem que fosse feito o trabalho de infraestrutura com asfalto, luz, saneamento básico e rede pluvial.
Sem ter como escoar a água da chuva, a construção no terreno em declive, trouxe consequências. Algumas casas apresentam rachaduras e o solo, erosão.
Casas construídas no alto do terreno estão praticamente condenadas. Na parte de baixo, a situação é ainda pior: os imóveis já começaram a ser soterrados. Em uma das casas, por exemplo, a terra já tomou conta de praticamente todos os cômodos.
Em vistoria da Defesa Civil, foram identificadas 60 casas dos módulos três e quatro em áreas de risco.
“Com o tempo, ele vai agravando e correndo graves riscos. Tanto para as famílias que ficam aqui na parte de cima, quanto para soterramentos para as famílias que estão na partes baixo do residencial”, afirma o tenente da Defesa Civil Salatiel Gomes.
A Caixa Econômica Federal informou que as casas não poderiam ter sido entregues pela cooperativa antes da conclusão das obras de infraestrutura, como determina o programa “Minha Casa, Minha Vida”. E que a Caixa não participou do acordo entre a cooperativa e os moradores na entrega antecipada das casas.
“Nós já estamos ultimando a construtora, a entidade para que nos apresentem até o final dessa semana um cronograma para a finalização da obra. E em cima desse cronograma nós vamos fazer um acompanhamento ainda mais próximo para que a realização dele aconteça da forma correta”, diz o Superintendente Regional da Caixa Econômica Federal Ricardo Jordão.
“O prazo que nós temos de acordo com o cronograma financeiro que foi elaborado é de 45 dias. A partir do momento que as máquinas começarem a trabalhar”, diz engenheiro da cooperativa, Edilberto Loureiro.
É isso que espera o Fabrício Gomes. Ele mora em uma das casas condenadas. “Eu tenho filho pequeno. A gente nem pode soltar ele para brincar aqui. Quando a gente está dormindo, em tempo de chuva, você ouve o barulho do desmoronamento. Então, aqui a gente não tem tranquilidade nenhuma. Tanto a gente quanto os nossos vizinhos de fundo”, reclama o auxiliar técnico.
Fonte: http://g1.globo.com/
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