Sem Habite-se
Residencial no DF ainda tem muitos problemas estruturais
[12/02/2020] Defesa Civil: prédio que ameaça desabar no DF não tem Habite-se
O edifício de seis andares precisou ser interditado e os moradores estão impedidos de entrar no condomínio
O prédio residencial que precisou ser evacuado nesta segunda-feira (10/02/2020) após apresentar indícios de que poderia desabar na QNN 11, em Ceilândia, não estava regularizado. De acordo com a Defesa Civil, a construção não foi ao chão graças a um escoramento.
O edifício precisou ser interditado e os moradores estão proibidos de voltar aos apartamentos enquanto não forem feitos reforços na estrutura. Segundo o tenente-coronel Sinfrônio Lopes, da Defesa Civil, o órgão recebeu uma denúncia anônima apontando problemas no prédio há cerca de três meses.
“Constatei problema de instalação elétrica, sistema de combate a incêndio, parte hidráulica. É um prédio que nunca sofreu manutenção séria. Há muita coisa que, na minha opinião, é erro construtivo”, destacou.
O residencial de seis andares tem 72 apartamentos, divididos em três blocos. Do total, 48 eram habitados. Construído há pelo menos 25 anos, abrigava cerca de 300 pessoas.
Após receber a denúncia e constatar os problemas estruturais, a Defesa Civil deu o prazo de 10 dias para que um engenheiro fizesse o escoramento mínimo necessário para manter a estrutura livre de riscos. Nesta segunda, porém, o profissional verificou que um dos pilares estava mais desgastado do que outros e, por isso, acionou o órgão novamente.
“Ele notou que o pilar estalou e nos chamou. Chegando aqui, vimos que já são mais de 30 pilares com problema de corrosão de armadura”, frisou Sinfrônio Lopes.
Habite-se
Além de não ter o Habite-se, autorização para utilização efetiva de edificações destinadas à habitação, o condomínio apresenta grande taxa de inadimplência, segundo o tenente-coronel Lopes. “Então, a síndica não tem como investir ou recuperar a estrutura do próprio prédio”, pontuou.
Síndica, Joselita Gomes da Silva, 65 anos, mora desde 2017 no prédio e é responsável por administrar o condomínio há 9 meses. Segundo afirma, desde que soube dos problemas na estrutura, ela já realizou uma assembleia para informar aos moradores.
“Avisei os condôminos e, no dia, um engenheiro civil fez a assembleia junto comigo e explicou”, salienta. Joselita garante que todos sabiam da obra. “Eu tenho como provar tudo que fiz. Só que eu já recebi um prédio que já vem sofrendo desde 2012. Com 27 anos nunca foi feita uma reforma.”
Sobre a interdição do local, a síndica lamentou a retirada dos moradores do edifício. “Não é fácil, porque eu tenho para onde ir e muitos aqui não têm”, salientou.
[17/02/2020] DF: laudo aponta risco iminente de pilares se romperem em prédio
Defesa Civil recebeu o documento dos responsáveis por obra de escoramento e manteve prédio interditado na QNN 11 de Ceilândia
A Defesa Civil informou que o prédio que ameaça cair na QNN 11 de Ceilândia continuará interditado por tempo indeterminado. De acordo com o órgão, os responsáveis pela obra de escoramento das vigas encaminharam laudo na sexta-feira (14/02/2020), o qual aponta “risco iminente de rompimento dos pilares”.
“Por isso, o prédio continuará com interdição total até que seja concluído o trabalho de recuperação da estrutura e reforço no escoramento de todo o edifício”, destacou a Subsecretaria de Defesa Civil, órgão vinculado à Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF).
A estrutura está sendo monitorada há um ano pela Defesa Civil. “Em fevereiro do ano passado, também foram exigidos o escoramento do prédio e a contratação de empresa ou profissional habilitado para elaborar laudo de recuperação”, assinalou o órgão, por meio de nota. Agora, depois da interdição, os moradores precisarão pagar pelo menos R$ 400 mil pela recuperação da estrutura do edifício.
Conforme o engenheiro Eduardo Júnior, responsável técnico pela obra, no sábado (15/02/2020), teve início um novo processo de escoramento dos pilares. “Solicitei após um estalo que ouvimos novamente em uma das vigas”, disse. O reforço deve ficar pronto até o final desta semana.
Ainda de acordo com o engenheiro, moradores só poderão retornar ao prédio quando estiver completa a recuperação da estrutura do local. “O laudo que entregamos à Defesa Civil na sexta-feira (14/02/2020) mostra que eles ainda não podem voltar. Fizemos todos os estudos, todos os cálculos e vimos que ainda há perigo iminente”, ressaltou.
“Eles vão precisar de R$ 500 mil a R$ 800 mil para uma reforma completa. Só para voltarem, seria R$ 400 mil”, avaliou.
Em reunião nesse domingo (17/02/2020), as famílias que tiveram de deixar seus apartamentos discutiram formas para pagar pela reforma necessária no edifício.
“Vai ser preciso um valor muito alto para a obra. Então, vamos atrás de outras três construtoras para ver qual delas têm o preço melhor, porque os moradores não têm dinheiro para pagar um valor desses”, assinalou a síndica Joselita Gomes da Silva, 65 anos.
Para conseguirem custear a reforma completa, segundo a síndica, as famílias, então, desejam fazer um apelo ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). “Tanto o prédio como o lote não têm documento [Habite-se]. Estamos devendo ação do IPTU, da Terracap e de outra ação trabalhista. Então, vamos tentar chegar até o governador para que possamos tirar pelo menos o IPTU, que está muito alto para conseguirmos pagar”, afirmou.
O residencial de seis andares tem 72 apartamentos, divididos em três blocos. Do total, 48 estão habitados. Construído há 27 anos, o edifício abriga cerca de 300 pessoas.
A moradora Mônica Marques, 39 anos, vivia no residencial há 17 anos. Sua mãe havia comprado um apartamento no 6º andar há menos de seis meses. Agora, com as despesas após ter que sair às pressas do residencial, a família da técnica em enfermagem ainda não sabe como conseguirá pagar pela reforma no prédio.
“Os moradores não têm um poder aquisitivo alto. Por isso, ainda é discutida uma redução na taxa de condomínio e a suspensão das taxas extras, porque o pessoal quer dar continuidade à vida por lá”, destacou Mônica.
“Fica apertado demais para todo mundo. Eu mesma estava dormindo em hotel, tomando banho em academia. O pessoal já gastou o que não tinha e ainda tem mais essas despesas. É muito difícil para todos”, lamentou.
No próximo domingo (23/02/2020), os moradores devem fazer outra reunião para avaliar novos preços para a reforma. “Queremos pagar pela obra em, no máximo, dois anos. Não queremos penhorar o lote, porque muitas pessoas dependem disso”, finalizou Joselita.
A interdição do prédio que ameaçava desabar reacendeu a discussão sobre a qualidade das construções espalhadas pelo Distrito Federal. Em 2019, a cada três dias, pelo menos uma edificação foi lacrada pela Defesa Civil por apresentar risco estrutural. As 125 ocorrências registradas no ano passado representam acréscimo de 86% em relação ao apurado em 2018 (67).
[18/02/2020] DF: após estalo, pilares de prédio que ameaça cair são reforçados
Ainda não há data para as famílias voltarem para casa, na QNN 11 de Ceilândia. Elas terão de desembolsar R$ 400 mil por obra inicial
OS moradores do prédio residencial que precisou ser evacuado no último dia 10, na QNN 11, em Ceilândia, vão precisar pagar cerca de R$ 400 mil pela recuperação da estrutura do edifício para que possam retornar às suas residências. O local foi interditado pela Defesa Civil após apresentar indícios de que poderia desabar.
Conforme explicou o engenheiro Eduardo Júnior, responsável técnico pela obra, nesse sábado (15/02/2020), teve início um novo processo de escoramento dos pilares. “Solicitei após um estalo que ouvimos novamente em uma das vigas”, disse. O reforço deve ficar pronto até o final desta semana.
Ainda de acordo com o engenheiro, moradores só poderão retornar ao prédio quando estiver completa a recuperação da estrutura do local. “O laudo que entregamos à Defesa Civil na sexta-feira (14/02/2020) mostra que eles ainda não podem voltar. Fizemos todos os estudos, todos os cálculos e vimos que ainda há um perigo iminente”, ressaltou.
“Eles vão precisar de R$ 500 a R$ 800 mil para uma reforma completa. Só para voltarem, seria R$ 400 mil”, avaliou.
Em reunião nesse domingo (17/02/2020), as famílias que tiveram que deixar seus apartamentos discutiram formas de pagar pela reforma necessária no edifício.
“Vai ser preciso um valor muito alto para a obra. Então, vamos atrás de outras três construtoras para ver qual delas têm o preço melhor, porque os moradores não têm dinheiro para pagar um valor desses”, assinalou a síndica Joselita Gomes da Silva, 65 anos.
Para conseguirem custear a reforma completa, segundo a síndica, as famílias, então, desejam fazer um apelo ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). “Tanto o prédio como o lote não têm documento (Habite-se). Estamos devendo ação do IPTU, da Terracap e outra ação trabalhista. Então, vamos tentar chegar até o governador para que possamos tirar pelo menos o IPTU, que está muito alto para conseguirmos pagar”, afirmou.
O residencial de seis andares tem 72 apartamentos, divididos em três blocos. Do total, 48 estão habitados. Construído há 27 anos, o edifício abriga cerca de 300 pessoas.
A moradora Mônica Marques, 39 anos, vivia no residencial há 17 anos. Sua mãe havia comprado um apartamento no 6º andar há menos de seis meses. Agora, com as novas despesas após ter que sair às pressas do residencial, a família da técnica em enfermagem ainda não sabe como conseguirá pagar pela reforma no prédio.
“Os moradores não têm um poder aquisitivo alto. Por isso, ainda é discutida uma redução na taxa de condomínio e a suspensão das taxas extras, porque o pessoal quer dar continuidade à vida por lá”, destacou Mônica.
“Fica apertado demais para todo mundo. Eu mesma estava dormindo em hotel, tomando banho em academia. O pessoal já gastou o que não tinha e ainda tem mais essas despesas. É muito difícil para todos”, lamentou.
No próximo domingo (23/02/2020), os moradores devem fazer uma nova reunião para avaliar novos preços para a reforma. “Queremos pagar pela obra em, no máximo, dois anos. Não queremos penhorar o lote, porque tem muitas pessoas que dependem disso”, finalizou Joselita.
A interdição do prédio que ameaçava desabar no local reacendeu a discussão sobre a qualidade das construções espalhadas pelo Distrito Federal. Em 2019, a cada três dias, pelo menos uma edificação foi lacrada pela Defesa Civil por apresentar risco estrutural. As 125 ocorrências registradas no ano passado representam um acréscimo de 86% em relação ao apurado em 2018 (67).
Fonte: https://www.metropoles.com