Síndica conta como gerir condomínios-clube com sucesso
Gestora profissional fala de suas estratégias e destaca seu lema: “deixar um legado para condomínios”
Taula Armentano, 36 anos, é advogada de formação. Começou na área de condomínios há 15 anos, em uma administradora. Hoje comanda dois condomínios clube e dois multitorres na capital paulista, onde moram mais de 7 mil pessoas.
Para capitanear a gestão de espaços onde tantas pessoas moram, Taula é pragmática: aposta em práticas de transparência empresarial.
“Organizar a gestão do condomínio nesse sentido é fundamental. Muitos síndicos profissionais enfrentam problemas por não terem visão de médio e longo prazo. Se um dia eu saio do condomínio, ele tem que continuar funcionando”, analisa.
Planejando a gestão do condomínio
E para colocar isso em prática, Taula começa sua gestão sempre com uma pesquisa com os moradores para entender melhor quais as expectativas dos mesmos para a sua administração e para o local.
“Dessa forma, é possível alinhar as necessidades e expectativas de quem mora no condomínio, de forma a traçar um caminho interessante para todos”, argumenta a gestora.
Com base nessas informações, ela elabora um plano diretor para o condomínio, com metas para curto, médio e longo prazo.
“Baseamos, inclusive, a previsão orçamentária no plano diretor, de forma a realmente conseguirmos alcaçar os objetivos dos condôminos. Dessa forma, conseguimos deixar um legado para o local”, explica ela.
Trato com os fornecedores do condomínio
A transparência passa também no trato com os fornecedores do local. Os contratos com os mesmos são baseados em S.L.A., (Service Level Agreeement em inglês) ou A.N.L. (Acordo de Nível de Serviço). É um acordo que visa alinhar as expectativas do serviço entre fornecedor e cliente, quanto a prazo de atendimento de chamados técnicos e multas por descumprimento, por exemplo.
“Quando fechamos um contrato com uma empresa, explicitamos o que esperamos dele. Há multa mensal caso não se cumpra o que foi acordado e benefícios caso as metas sejam ultrapassadas”, argumenta Taula.
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Para que isso aconteça, é fundamental que o contrato esteja muito bem redigido e que haja indicadores claros de como a prestação de serviço deve ser executada.
“Isso é muito bom, pois ajuda tanto a entender por qual motivo dispensamos um fornecedor ou escolhemos um outro. Não tem aquela coisa ‘é amigo da síndica’, já que trabalhamos com critérios objetivos, que todos podem acompanhar”, pondera a gestora.
Equipe como estratégia para focar em condomínios-clube
Como seu foco são os condomínios-clube, Taula precisa lidar com uma gama enorme de pessoas.
Para conseguir atender esse público, ela conta com uma equipe multidisciplinar para ajudá-la nas diversas facetas da gestão condominial.
“Não me acho a super-mulher. Tenho uma equipe que trabalha diretamente para mim. Quando chego em um condomínio, me ajudam detectando os pontos mais urgentes de manutenção, tenho uma gerente predial explicando para os funcionários nossa forma de trabalho, um expert em comunicação. Mas não tenho preposto. A síndica sou eu”, explica ela.
Comunicação faz parte da estratégia
Gerir um empreendimento de grandes proporções não é tarefa para amadores.
Um grande problema nesse tipo de empreendimento pode ser a comunicação com os moradores.
“Semanalmente gravo um vídeo e envio para todos os moradores, seja por whatsapp, e-mail, mensagem, o que o condômino preferir. Explico o que foi feito na semana no condomínio. Temos também um jornalizinho em cada condomínio”.
Outro ponto a ser levado a sério é o tempo de resposta para os moradores, uma vez que, mesmo sendo um grande empreedimento, o síndico deve estar sempre aberto às perguntas dos condôminos.
“Minha política é a de responder em no máximo três dias. É uma forma de ser transparente”, assegura ela.
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Cuidados a tomar com condomínios-clube
“Condomínios desse tipo podem sofrer muito sem um bom plano de manutenção preventiva. Uma previsão orçamentária mal dimensionada, ou uma gestão ineficiente da inadimplência podem, realmente, ser grandes desafios nessa situação”, enumera a gestora.
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Justamente por isso, estar à frente de um condomínio multitorres e com tantos itens de lazer pede experiência do síndico que irá cuidar de todo esse espaço.
Concorrência e captação de novos condomínios
Taula, recentemente, venceu uma assembleia de eleição e contratação de síndico profissional competindo com dezenas de outros concorrentes. A gestora conseguiu 70% dos votos em um condomínio de grandes proporções.
“Creio que a minha vivência com esse tipo de condomínio seja o grande diferencial em assembleias de eleição. Mostro os resultados que já alcancei, economias que fiz para outros clientes, plano diretor elaborado, seus resultados. Isso, com certeza, dá mais segurança para quem quer contratar”, finaliza ela.
*Esse é o décimo quarto case publicado pelo SíndicoNet sobre "gestores da vida real". Nossa ideia é mostrar como é o dia-a-dia dos síndicos brasileiros. O primeiro a participar foi um gestor jovem, que optou por ser síndico para agregar a sua vida profissional. Já entrevistamos o síndico do Copan, um porteiro que chegou ao time "A" dos síndicos profissionais, um síndico persistente, que deu uma guinada na vida do seu condomínio, entre muitos outros. Quer participar? Escreva para nós aqui.