Síndica presa no DF
Gestora é autuada por injúria racial contra dono de edifício vizinho
Injúria racial: homem negro pede correspondência entregue por engano em prédio no DF e é ofendido por síndica
Mulher foi presa em flagrante e ainda vai responder por desacato por xingar policiais. Caso ocorreu em Vicente Pires, nesta quarta-feira (16).
A síndica de um prédio em Vicente Pires, no Distrito Federal, foi presa em flagrante por injúria racial após ofender um homem negro, de 40 anos. De acordo com a Polícia Civil, a vítima foi xingada de "negro de merda" e "negro miserável" após pedir para a mulher pegar uma correspondência para ele.
O caso ocorreu na quarta-feira (16). O homem procurou a 38ª Delegacia de Polícia, em Vicente Pires, e contou que tem uma loja de marcenaria ao lado do prédio residencial onde a suspeita atua como síndica e, após ir ao local tentar receber uma correspondência que havia sido entregue por engano, foi ofendido.
De acordo com o boletim de ocorrência, a síndica pediu para o homem voltar depois, porque iria separar a correspondência e verificar se tinha alguma no nome da vítima. No mesmo dia, o homem voltou ao prédio e, enquanto aguardava a mulher, começou a verificar algumas cartas que estavam em cima do balcão da portaria do edifício.
No entanto, segundo o boletim de ocorrência , quando a síndica percebeu que o homem mexia nas cartas, se aproximou e o empurrou dizendo para que ele tirasse as "mãos de merda" das correspondências. Em seguida, o homem teve o cartão de acesso ao prédio suspenso e a mulher passou a xingá-lo.
Desacato
Após ser ofendido, o homem procurou a delegacia. De acordo com a Polícia Civil, quando a mulher foi informada que seria levada para prestar depoimento, ela se negou a ir e ainda ofendeu os agentes.
Segundo os policiais, após "muita insistência", a mulher consentiu em ser conduzida à delegacia, onde foi autuada em flagrante delito pelos crimes de injuria racial e desacato. Somadas, as penas alcançam cinco anos de prisão.
Na quinta-feira (17), em audiência de custódia, a mulher teve sua liberdade provisória concedida, mediante o pagamento de uma fiança de R$ 1.500. Ela pagou o valor e foi liberada, mas está impedida de se aproximar e contatar a vítima por qualquer meio de comunicação.
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https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2022/11/18/injuria-racial-homem-negro-pede-correspondencia-entregue-por-engano-em-predio-no-df-e-e-ofendido-por-sindica.ghtml