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Administração

Síndico destituído

Má administração pode derrubar síndico que ganharia R$ 25 mil

sexta-feira, 22 de junho de 2012
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 Condômino entra na Justiça para “derrubar” síndico de edifício cartão postal de São Paulo

Proprietários dizem que gestão ganha salário de R$ 25 mil e não há retorno à altura
 
Depois de quase quatro anos pagando “alto valor de condomínio” e sem “ter retorno”, o condômino do edifício Itália Ricardo Trotta entrou com uma ação na Justiça para destituir o atual síndico e convocar nova eleição. Segundo o advogado, existe uma série de irregularidades na administração do "prédio cartão-postal" situado na avenida Ipiranga, região central de São Paulo. 
 
— Mensalmente, ele ganha R$ 24.800 de salário, valor que é considerado alto para a categoria. Esse dinheiro ele recebe por meio de uma empresa de administração de condomínios cujo sócio é seu filho e o endereço fica em seu apartamento residencial. Além disso, ele recebe 13º salário, que em tese é vetado por lei para terceirizados. Em dezembro de 2012, ele ganhou R$ 32 mil de 13º salário. 
 
Trotta está no edifício há quase quatro anos e o síndico Lorenzo Del Maffeo administra o local há oito anos. A última eleição — que acontece de dois em dois anos — foi no dia 2 de março. 
 
— A ação é para dar um fim na péssima administração. Uma faixa de 5.000 pessoas circula pelo prédio todos os dias e não temos uma catraca para controlar o fluxo. Me sinto envergonhado de ter um conjunto aqui. Pago R$ 1.238 de condomínio e não vejo nada ser melhorado. O salário dele é mais alto que do nosso prefeito Gilberto Kassab [pouco mais de R$ 12 mil]. Além disso ainda pagamos R$ 9.000 para uma administradora. 
 
Apesar de não participar da ação, um dos condôminos - que está no prédio desde 1998 e preferiu não se identificar - disse que se sente “muito chateado” porque paga um valor muito maior que a “média de mercado” e não tem nada de melhoria no edifício. 
 
— Pago R$ 5.000 por mês de condomínio em um prédio que não tem nem garagem. São 64 ascensoristas cuidando dos 12 elevadores. Por que precisamos de tudo isso? Não seria mais fácil investir na modernização do que pagar? Gostaria que esses gastos fossem reduzidos. Não temos catracas, o acesso é fácil. Fiz uma pesquisa e vi que síndico nenhum ganha quase R$ 30 mil por mês. 
 

Elevador

 
Gastar com ascensoristas é algo que também tem incomodado por anos outro proprietário do Itália. Segundo o homem, que também pediu para não ser identificado, é revoltante o condomínio gastar cerca de R$ 1 milhão por ano com isso. 
 
— Hoje em dia, os prédios comerciais são modernos e não contam mais com esses funcionários. Se gasta mais com eles do que com segurança, que é R$ 433 mil, segundo o orçamento 2012. Me sinto insatisfeito. 
 

Apoio

Já advogada Márcia Bull, também proprietária de um conjunto dentro do edifício Itália, afirma que analisou bem os pontos levantados por Trotta em sua ação, mas resolveu não aderir à causa. 
 
— Estudei bem os dados e vi que se contratarmos uma pessoa física para fazer o que ele faz gastaríamos a mesma coisa e talvez [essa pessoa] não tivesse a experiência que o nosso síndico tem. Ele já trabalhou em multinacionais e está acostumado a gerir. Tivemos muitas melhorias aqui no tempo da gestão dele. Aqui, funcionam muitas coisas. É quase uma miniprefeitura. 
 
Com 80 anos de idade, Lorenzo Del Maffeo diz que por seis anos foi membro do conselho consultivo do Edifício Itália. Ele era o diretor-tesoureiro do edifício e, legalmente, responsável por 23 imóveis no prédio. Com isso, quando vagou o cargo de síndico, foi indicado pelo próprio conselho, mesmo não sendo condômino. Ele confirma estar no cargo há sete anos e diz ter sido escolhido por conhecer todo o funcionamento do prédio. 
 
Sobre o salário, de R$ 24.900, Maffeo explica que está tudo documentado. O fato de receber por meio de uma microempresa que tem com o filho, segundo ele, é justamente para evitar os encargos que o condomínio teria se houvesse a necessidade de pagá-lo como um funcionário. Ele exemplificou que um síndico de um prédio de escritórios na avenida Paulista recebe, em média R$ 18.000. Se esse valor fosse pago em carteira, ele custaria ao prédio aproximadamente R$ 35.000. O síndico afirma que todas as acusações levantadas pelo advogado que tenta retirá-lo do cargo são falsas e que não há qualquer irregularidade no valor do salário que recebe ou nas procurações que o elegeram, com 70% dos votos. 
 

Edifício Itália

O prédio foi construído em 1956 e, durante muito tempo, foi o mais alto da cidade. Seu nome é uma homenagem aos italianos que povoaram e ajudaram a construir a cidade. No 45º andar fica o famoso restaurante Terraço Itália, de onde é possível ter uma das mais bonitas vistas de São Paulo. O edifício é considerado patrimônio histórico municipal e estadual.

Fonte: http://noticias.r7.com

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