Síndico profissional tem mercado aquecido
A função de síndico, na maioria das vezes, fica por conta de um morador do condomínio. Mas, para quem deseja fazer disso uma carreira, há cursos disponíveis no mercado com curto tempo de duração e emissão de certificado. O retorno financeiro é garantido, com o pagamento de bons salários. É oportunidade também para quem está fora do mercado de trabalho.
A expansão dessa atividade é estimulada pelo aumento das vendas de empreendimentos novos. De acordo com levantamento da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), no primeiro semestre foram comercializados 3.957 apartamentos, aumento de 16% em relação aos seis primeiros meses de 2012. O resultado foi o melhor dos últimos quatro anos, e supera em 41,6% o total vendido de janeiro a junho de 2010 (2.794 unidades).
De acordo com o vice-presidente do Secovi (Sindicato da Habitação), Hubert Gebara, nos últimos anos a procura pela função tem aumentado bastante.
“De dez anos para cá o posto de síndico vem sendo cada vez mais procurado, porque hoje em dia nós temos no mercado empreendimentos com até 1.000 unidades, o que requer que o profissional fique o dia inteiro à disposição do condomínio, algo que o morador dificilmente tem condições.”
O presidente do Seec – ABCD (Sindicato dos Empregados em Edifícios e Condomínios Residenciais e Comerciais do ABC), Delfonso Pereira Dias, destaca que na região a procura é maior em duas cidades. “Há maior demanda desse profissional em condomínios em Santo André e São Caetano”, disse.
FORMAÇÃO
Apesar de não ser uma profissão regulamentada, o síndico que tenha uma formação é procurado pelas administradoras de condomínios ou pelos próprios moradores. Os cursos que estão disponíveis no mercado têm duração que varia de um dia até seis meses, podendo ser presencial ou à distância.
De acordo com Ricardo Karpat, diretor da Gabor RH, empresa que dá aulas para síndicos, há vários estágios de formação. “Oferecemos dois tipos de cursos, o síndico profissional módulos um e o dois, que é o modulo avançado. No primeiro, falamos sobre aspectos como departamento pessoal e contabilidade. Já no segundo, que é mais aprofundado, ensinamos a ter uma gestão melhor”, afirmou.
Karpat também comemora a grande procura pelos módulos. “Temos hoje, em média, 12 turmas por ano no presencial. No on-line, chegamos a ter 50 turmas por mês, e está cada vez melhor.”
O morador de São Caetano Regis Valcezia decidiu arriscar na carreira. Mesmo já atuando na administração de condomínios, decidiu mudar de área atuando como síndico. “É uma experiência boa, temos um salário bacana. Atuando em dois condomínios já cheguei a ganhar R$ 9.000”, disse.
O salário para condomínios de uma só torre pode chegar a R$ 2.500, já um condomínio clube, com aproximadamente 800 unidades, o rendimento pode beirar os R$ 7.000. Os bons valores são explicados pelo rateio do salário que é feito entre os condôminos, na maioria das vezes.
Outro fator que pode pesar na decisão da escolha da carreira é a flexibilidade. Um síndico pode ficar com até três condomínios, sendo especificado nos contratos o dia em que deve ser feito o plantão em cada estabelecimento.
Valcezia também cita este ponto como decisivo. “Eu quero escolher o local do trabalho, e essa profissão possibilita isso, se você quer um condomínio clube, ou algo menor.”
Contratados também podem ajudar nas brigas entre vizinhos
Parte da preferência por síndicos profissionais tem a ver com a questão das relações com os condôminos.
De acordo com o vice-presidente da Secovi, Hubert Gebara, a partir do momento em que o profissional não é morador, ele não interfere nas relações de amizade entre os condôminos.
“Além de ter mais tempo de se dedicar à profissão, há prédios complicados, com conflitos. Sem contar que muitas vezes a vizinha de cima faz barulho, e o síndico tem que multar, mas pode acontecer de a mulher dele ser amiga dessa vizinha, o que pode gerar um desconforto”, disse.
Na hora de escolher o síndico, se será contratado ou eleito no condomínio, é preciso ponderar algumas questões.
“É importante pesquisar bastante antes de escolher o profissional, porque existe o risco de, se ele não for condômino, poder criar mais despesas, já que o prejuízo não vai ser dele. Mas acredito que se agir eticamente não haverá problema”, argumentou o vice-presidente do sindicato da habitação. Geralmente as referências já são procuradas nas próprias escolas.
Fonte: http://www.dgabc.com.br/
Matérias recomendadas