Capacitação para síndico profissional
O conhecido morador que se desdobrava para resolver os problemas do condomínio dá lugar ao administrador especialmente capacidade para a função
CINTHIA GUIMARÃES
O crescimento de moradias em condomínios tem aberto espaço para uma nova função: a do síndico profissional. O conhecido gestor e morador do prédio agora cede lugar para o administrador de condomínios, que antes precisa passar por um curso de formação. Ao contrário do condômino, a função é remunerada e o síndico precisa se dedicar exclusivamente ao cargo.
Com 24 anos gerindo condomínios, o administrador Roberto Smaczylo é quem ministra o curso de síndico profissional em Manaus. Formando em Direito, Administração de Empresas e especialista em Gestão Condominial, ele conta que a atividade é rotina em cidades como Brasília (DF), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
“O curso é previsto no Código Civil (Lei 10.406) e abriu precedente para oportunidade de mercado. A cultura local é mais nova”, explica Smaczylo. “Síndico profissional não é condômino, que não tem tempo de se dedicar. Já o profissional é habilitado”, ressalta.
No curso, são explorados aspectos dos vários perfis de síndicos condôminos, noções de administração, contabilidade, direito e relações interpessoais.
O condômino convencional normalmente é um morador que dedica parte do tempo livre para cuidar de questões administrativas do espaço coletivo, como gerenciar as taxas de condomínios, pagar contas, fazer investimentos, reformas, resolver problemas inesperados e intermediar as dificuldades que atingem o ambiente coletivo. Ele fica apenas isento da taxa de condomínio, que depende do porte do imóvel, dos serviços e da localização.
O síndico condômino não recebe salário, porque é um cargo de autoridade que não é regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Ele é enquadrado como profissional autônomo pela prestação de serviços.
Exemplos
Síndico profissional há seis anos Flávio Pinheiro, defende a formação específica. Ele atua na administração dos condomínios Vila Verde I, Vila Verde II e Shopping Santo Agostinho. Formando em Administração de Empresas, ele decidiu seguir o ofício de síndico profissional devido à carência da função.
“Ninguém quer isso. O condomínio é uma empresa, onde você possui responsabilidades sociais, fiscais e ambientais”, ressaltou. Pinheiro acredita que, “enquanto deixar os condomínios na mão de amadores, eles vão continuar quebrando”.
Há sete anos, o síndico Nivaldo, do condomínio Nilo Coelho, localizado na Rua Paraíba, Adrianópolis, acredita que exercer a função é mais difícil que administrar uma empresa, por ter que lidar com os conflitos entre várias pessoas.
“O síndico tem que ser uma pessoa flexível, com jogo de cintura, controle emocional e relacionamento humano. Você precisa de muita dedicação e vontade de trabalhar. A função remunerada pode ser mais proveitosa”, afirma.
“Os condomínios mais antigos envolvem muitas coisas, reformas, melhorias. O síndico tem que pagar encargos sociais, salários, obras de manutenção preventiva, situações inesperadas como bomba de poço quebrada e tubulação entupida”, enumera Nivaldo.
Serviço
Fonte: http://acritica.uol.com.br
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