Contratação de síndicos profissionais é tendência no interior
Rotina agitada de moradores é um dos fatores que contribui para aumento. Dentista de Sorocaba (SP) abandonou carreira para apostar na área.
Rotina agitada, falta de tempo e muitas responsabilidades. A combinação desses itens, comuns na vida moderna, têm contribuído para o aumento da procura por síndicos profissionais em condomínios do interior e, consequentemente, para o crescimento no número de interessados na área. Mas apostar na profissão requer conhecimento administrativo, contábil e jurídico, além da capacidade de lidar com pessoas.
Apesar de não ser um condômino, o síndico profissional têm as mesmas tarefas de um síndico morador, respondendo civil e criminalmente. A diferença é que o profissional está mais bem preparado para lidar com as demandas e atribuições diárias. E, é justamente para garantir a tranquilidade que muitos condomínios, principalmente de médio e grande porte, têm optado por contratar.
"Tenho visto muito interesse na região porque hoje tem muitas opções de condomínios [verticais e horizontais], as pessoas são ocupadas, falta tempo e não querem assumir a função de síndico porque é uma grande responsabilidade. Então já existe uma aceitação por esse serviço [de síndico profissional] no interior, apesar do número de síndicos moradores ainda ser maior", destaca Cleusa Bersi, diretora de condomínios da regional de Sorocaba (SP) do Sindicato da Habitação (Secovi-SP).
Entre os benefícios da terceirização do serviço, Cleusa aponta a diminuição do atrito entre vizinhos, redução da rotatividade, cumprimento do regimento interno, gestão com amplo conhecimento e tranquilidade para os moradores.
"A única desvantagem é o custo porque a contratação desse profissional quase sempre signifca um aumento na taxa do condomínio", pontua.
Com o aumento da procura, tem crescido também o número de interessados em atuar no ramo. Algumas instituições, como a Universidade da Secovi, na capital paulista, oferecem cursos e palestras a fim de ampliar o conhecimento comercial, administrativo e jurídico e dar condições para que o profissional tome melhores decisões.
"É desejável também que o profissional seja comunicativo, imparcial, flexível, enfim, seja um gestor com certa postura", destaca Cleusa.
Adeus ao consultório
Luiz Baddini Chiozzotto Filho é uma das pessoas que viram uma oportunidade na área. Ele, que tem 48 anos, abandonou uma carreira de 20 anos como dentista para se dedicar exclusivamente às atividades de síndico profissional em Sorocaba. Há oito anos atuando no ramo, Luiz garante que a escolha não gerou arrependimentos.
"Primeiro fui conselheiro no condomínio onde morava e depois síndico morador por dois anos. Nesse período, fui pegando o jeito, gostando e vendo resultado, as melhorias que beneficiavam várias pessoas. A satisfação pessoal pelo bem coletivo foi o que mais me atraiu na área. Avaliei que ser síndico profissional era uma oportunidade melhor do que o que estava vivendo na odontologia naquele momento. Então arrisquei mudar de área", conta.
Para quem quer apostar na área, o síndico profissional adianta: é preciso paciência e muito jogo de cintura.
"Paciência para fazer as pessoas entenderem coisas que, às vezes, elas não querem entender. Muitas vezes trabalhamos com a decepção do morador que sente que está sendo proibido, pois morar em condomínio exige uma forma de comportamento diferente. Os direitos e os deveres têm que valer. Também é preciso jogo de cintura com o dinheiro porque nem todos os condomínios tem saúde financeira, então precisamos saber contornar as situações para fazer o que precisa ser feito."
A escolha foi acertiva não apenas pela experiência prática de Luiz, mas também pela dedicação do síndico, que atualmente trabalha em seis condomínios residenciais e dois comerciais.
"Fico disponível 24 horas por dia e sete dias por semana. As visitas são semanais, de acordo com o combinado e necessidade, mas você tem que estar pronto para emergências nos finais de semana e feriados. A responsabilidade é até um pouco maior do que a de síndico morador porque você lida 100% com dinheiro dos outros", ressalta Luiz.
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Fonte: http://g1.globo.com/
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