Investigação em andamento
SP: Condomínio de jogador é vistoriado após morte de jovem
[Atualização] Caso Dimas: Samu diz que condomínio dificultou socorro à jovem
Áudios apontam dificuldade do Samu em acessar prédio para socorrer Lívia Gabrielle; síndico alega que enfermeiros estavam despreparados
A equipe de investigação da 5ª Delegacia da Mulher de São Paulo (SP) analisa relatos de socorristas do Samu que atuaram no atendimento à estudante Livia Gabrielle, de 19 anos. Os profissionais de saúde relatam sobre a dificuldade em acessar o apartamento em que a jovem teve a primeira de quatro paradas cardiorrespiratórias que levaram à sua morte.
Livia teve um intenso sangramento na região vaginal, enquanto tinha relação sexual com o jogador da categoria sub-20 do Corinthians Dimas Cândido, de 18 anos. Segundo a família da jovem, o atestado de óbito aponta que um corte de cinco centímetros na parede do saco de Douglas, na região interna da vagina, teria provocado o sangramento. Dimas foi ouvido nessa quarta-feira (7/2) pela equipe de investigação.
Em grupos de socorristas do Samu no WhatsApp, circulam áudios em que enfermeiros que teriam atuado na ocorrência dizem que o protocolo de segurança do condomínio em que mora Dimas teria atrasado o acesso ao apartamento. Os porteiros teriam solicitado os documentos de todos os socorristas para fazer o cadastro no sistema do prédio, localizado no Tatuapé, zona leste de São Paulo.
“Tinha que entrar dentro do estacionamento para ter acesso ao bloco. Mas a ambulância não passava ali pela altura. Além disso não tinha ninguém para sinalizar a gente dentro do condomínio. Eu perguntei para um moço que ficava numa barraquinha onde ficava a torre 3. Não era tão longe a distância, uns 200 metros, mas a gente não sabia onde era”, diz a socorrista.
Segundo ela, só havia um elevador funcionando na torre, e ele teria demorado a chegar. “Os porteiros deveriam ser melhor orientados, deveriam ter acompanhado a gente até a torre, para a gente ter um acesso”, afirma ela.
Questionado pelo Metrópoles, o síndico do condomínio, Luís Latoreira, afirma que os porteiros não foram avisados de que uma equipe de resgate foi acionada e por esse motivo não liberaram o acesso de imediato.
“A gente já viu notícias de criminosos usarem até viatura da Polícia Federal para invadir condomínios. Essa é uma medida de segurança. Como a portaria não foi avisada, esse era o protocolo”, afirma Luís.
O síndico, que estava no prédio no momento da ocorrência, aponta despreparo por parte dos enfermeiros, que teriam tido dificuldade para estacionar ambulância e ainda teriam deixado Lívia cair durante o resgate. Segundo Luís, as câmeras de segurança do prédio registraram a cena. As imagens foram encaminhadas para equipe da 5ª DDM.
“O motorista precisava de um treinamento adequado, porque ele não teve a capacidade de estacionar a viatura no estacionamento do condomínio. Depois, não conseguiram levar a maca, eles tiveram que descer carregando a menina em um lençol. No caminho, ainda deixaram ela cair no chão. Em vez de levar a maca até a porta do elevador, deixaram na ambulância, então tiveram que carregar ela no lençol do elevador até lá”, diz o síndico.
Fonte: https://www.metropoles.com/sao-paulo/dimas-relatos-predio-atrasou-samu
[01/02/24] Polícia analisa condomínio de atleta corintiano onde jovem passou mal
Polícia analisa apartamento de sub-20 do Corinthians onde jovem de 19 anos passou mal e desmaiou; vítima morreu após 4 paradas cardíacas
A equipe de investigação da 5ª Delegacia da Mulher de São Paulo realiza, na manhã dessa quarta-feira (31/1), uma vistoria no condomínio do jogador da categoria sub-20 do Corinthians Dimas Cândido, onde a jovem Livia Gabriele, de 19 anos, teria passado mal. Ela morreu na noite dessa terça-feira (30/1) no Pronto Socorro do Tatuapé, após ter um sangramento na região genital e quatro paradas cardíacas.
A delegada Katia Salvatori, que chefia a equipe de investigação, afirma que, por enquanto, o objetivo é reunir as informações colhidas até o momento. O apartamento de Dimas passou por perícia durante a madrugada. O local foi isolado.
“Ainda é cedo para falar qualquer coisa. Por enquanto, estamos diante de um jogador de futebol e de uma jovem que infelizmente faleceu”, afirma a delegada ao Metrópoles.
A polícia aguarda o resultado dos exames necroscópico e toxicológico do Instituto Médico Legal (IML). A família deve ir ainda nesta quarta-feira (31/1) à unidade do IML localizada na zona leste da capital para fazer a liberação do corpo. Ainda não há informações sobre o local em que o corpo será velado.
Comportamento normal
Segundo o tenente da Polícia Militar Lucas Sarri, que atuou na ocorrência, Dimas não demonstrou comportamento atípico enquanto aguardava no PS. “Todas as partes da ocorrência estavam tranquilas, ninguém estava alterado ou esboçando nenhum comportamento atípico”, afirma o PM ao Metrópoles.
“Ele alega que estavam tendo relações sexuais normais. Ela começou a passar mal e aí ele acionou o Samu”, complementa Sarri.
O que diz Dimas
Em seu depoimento à polícia, Dimas disse que mantinha relações sexuais com a jovem no momento em que ela passou mal. Ele afirmou que percebeu que ela desmaiou e apresentava um sangramento.
Em seguida, o atleta disse ter ligado para o Samu e ter sido orientado a fazer massagens cardíacas até a chegada da equipe médica. Ele também afirmou ter acompanhado o resgate da jovem na ambulância.
Em conversa com o Metrópoles, o advogado de Dimas, Tiago Lenoir, disse que o jogador e Livia se conheceram pelo Instagram há alguns dias e tiveram o primeiro encontro na noite dessa terça-feira.
“Ele confirmou que eles tiveram relações sexuais consensuais e com uso de preservativo”, disse o advogado. Segundo Lenoir, os dois não beberam e nem usaram drogas. “No local havia apenas cigarros eletrônicos levados por ela.”
De acordo com o advogado, ao perceber que Livia tinha desfalecido, o atleta ligou para o Samu, seguiu as recomendações para fazer a massagem cardíaca e acompanhou a jovem ao hospital.
“Ele ficou absolutamente consternado com a morte da jovem”, disse Lenoir. Após ser ouvido pela polícia, Dimas foi liberado. A defesa diz que, no momento, aguarda o desenrolar das investigações sobre o caso.
Em nota ao Metrópoles, o Corinthians informou estar “ciente dos acontecimentos que envolveram um de seus atletas da base”. O clube acrescentou que “aguarda a investigação dos fatos e está à disposição para colaborar com as autoridades e as famílias”.
Fonte: https://www.metropoles.com/sao-paulo/policia-analisa-apartamento-de-atleta-corintiano-onde-jovem-passou-mal