Tarifa branca, um ano depois
Você já adaptou o seu condomínio ao sistema? Entenda
Há um ano, a tarifa branca é utilizada por vários síndicos como ferramenta de economia. Sendo o consumo de energia um ponto nevrálgico em muitos condomínios, vale a pena redesenhar a rotina das equipes para conquistar esse benefício.
A conta de luz também dói no orçamento das pessoas. Mesmo assim, a tarifa branca não pegou entre a população. Para as cerca de 15,9 milhões de unidades consumidoras que utilizam mais de 250 KWh/mês, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) registrou apenas 3 mil solicitações de alteração de tarifa até aqui.
De modo geral, o consumidor ainda não correu atrás da sua redução na conta de luz. A explicação da Aneel é que faltou divulgação. Um ano após a sua implantação, a tarifa branca volta à pauta da grande mídia, reacendendo o assunto.
Leia matéria publicada no SíndicoNet sobre conta de luz
A tarifa branca está na segunda etapa de implantação no país. Veja o cronograma:
- 1º de janeiro de 2018, para novas ligações e para unidades consumidoras com média anual de consumo mensal superior a 500 kW/h (caso dos condomínios);
- 1º de janeiro de 2019, para unidades consumidoras com média anual de consumo mensal superior a 250 kW/h; e,
- 1º de janeiro de 2020, para todas as unidades consumidoras.
O que é a tarifa branca?
Para reduzir a demanda do sistema de energia elétrica, a estratégia da Aneel foi incentivar o consumo de energia fora dos horários de pico, em que a rede de distribuição tem capacidade ociosa. Ao fazê-lo, o usuário consegue reduzir o valor da conta de luz em até 20%.
Quais são os horários estratégicos?
Dependendo do horário do dia, os valores da energia consumida se tornam mais caros ou mais baratos. Baseado nesses períodos, o síndico irá reorganizar as tarefas do condomínio de modo que concentre o consumo maior nos horários em que o preço é menor.
Nos dias úteis, a tarifa branca tem três valores:
- Ponta (pico): de 18h às 21h;
- Intermediário: de 17h às 18h e de 21h às 22h;
- Fora de ponta: das 24h às 17h.
[Esses períodos podem variar para cada distribuidora. Aos sábados, domingos e feriados, a tarifa branca vale para as 24 horas do dia].
Segundo a Aneel, quanto maior for a diferença entre o valor da tarifa branca e a convencional, maior será a vantagem na conta de luz. Daí a importância de levantar todas as informações junto à sua concessionária, antes de aderir à tarifa branca.
A partir do pedido, a distribuidora em até 30 dias para providenciar a instalação. A desistência, se for o caso, também levará até 30 dias para ser feita com a volta para a tarifa convencional.
Consulte mais informações sobre a tarifa branca no site da Aneel: http://www.aneel.gov.br/tarifa-branca
Prepare o condomínio
Por quê não começar a adequação do condomínio à redução de consumo de energia antes mesmo de aderir à tarifa branca? Combater o desperdício em áreas comuns, independentemente do modelo de tarifa, é um começo.
Para a síndica profissional Natachy Petrini, toda ação em condomínio exige apoio da coletividade, caso contrário, o resultado não é satisfatório. “Mas penso que o síndico deve antes dar o exemplo”, diz.
Contar com a colaboração dos moradores se torna mais fácil, se antes o síndico apresentar resultados efetivos. Natachy exemplifica: “Gerando economia e reorganizando as tarefas diárias da equipe, com ajuste dos horários de acordo com a tabela das concessionárias, apresentando relatórios de "antes e depois" do consumo etc.”.
As ações são concomitantes. Se o síndico vai trabalhar com a conscientização dos moradores sobre os horários mais adequados e econômicos para utilização de energia dentro das unidades, deve apresentar economia em todos os horários do dia, independentemente do modelo de tarifa.
Fonte: Natachy Petrini (síndica profissional).