Tecnologia e condomínio
Inovações impactam positivamente condôminos
Como a tecnologia está impactando a vida nos condomínios
*André Baldini
Cada vez mais pessoas optam por viver em condomínios. No entanto, a evolução da tecnologia e do trabalho nas grandes cidades pedem novas soluções para quem vive e também trabalha em condomínios.
Os moradores são cada vez mais exigentes com a gestão e esses espaços precisam ser tratados e administrados com profissionalismo, como verdadeiros negócios.
Para começar, o perfil dos condôminos não é mais o mesmo. Atualmente, mais de 40% da população economicamente ativa do país é formada por pessoas nascidas entre 1980 e 1995. São consumidores já bastante acostumados a comprar, pagar contas e a resolver seus problemas via internet, tudo de forma muito rápida.
O tempo tornou-se algo escasso, a conveniência é palavra de ordem nos serviços que consumimos e isso não pode ser diferente nos lugares onde moramos e trabalhamos. As tradicionais assembleias presenciais e o pagamento de condomínio via boleto em papel, por exemplo, não se encaixam mais no perfil desse morador.
Como em todas as outras áreas, as mudanças mercadológicas vividas nos últimos anos estão causando impactos nos negócios. A administração de condomínios também precisa evoluir, se reinventar e se adaptar ao cenário atual. Termos do mercado de negócios como automatização de processos, ganhos de eficiência, redução de custo e gestão de pessoas precisam ser discutidos para uma gestão mais eficiente.
Um condomínio caro desvaloriza o imóvel. Não é bom para quem vende e nem para quem aluga. Uma administração condominial eficiente deve atuar na redução e no controle dos custos do condomínio de modo permanente.
Processos burocráticos e repetitivos só encarecem o custo do condomínio e precisam ser automatizados. Da mesma forma, toda a equipe envolvida, incluindo síndicos e zeladores, deve ser profissionalizada, capacitada e bem gerenciada.
A tecnologia tem muito a oferecer a este mercado, principalmente na automatização de processos e na comunicação. As assembleias presenciais, por exemplo, têm participação cada vez mais baixa, o que não favorece a tomada das melhores decisões e geram desconfiança na postura dos administradores.
Definitivamente este formato não funciona mais. Por que não tornar essas assembleias virtuais, onde todos podem avaliar as propostas com calma e votar por meio de um site ou aplicativo?
Há diversas formas de aumentar o engajamento dos condôminos, aumentar a transparência da gestão, a organização financeira e também melhorar a qualidade das decisões, simplesmente implementando processos e tecnologias adequadas.
Os problemas dos condomínios são os mesmos há décadas: carro, cano, cachorro e criança. Os famosos 4 C's. Se analisarmos a fundo, talvez os problemas se resumem a questões de convivência. Mesmo aqui, a tecnologia e uma pitada de boas práticas de convívio podem transformar a vida em condomínio.
O que vejo claramente nos eventos do Superlógica Next, realizado com as administradoras de condomínios, é que os agentes deste mercado precisam se reinventar. Os condomínios são negócios e precisam ser gerenciados como empresas, contratar profissionais capacitados, usar tecnologia de ponta para alcançar altos níveis de eficiência e, por consequência, reduzir os custos e aumentar a lucratividade.
O impacto da tecnologia já é uma realidade em outros segmentos e, sem dúvida, irá causar uma grande disrupção no mercado de condomínios também.
*André Baldini é CEO da Superlógica, empresa que promove o Superlógica NEXT, evento itinerante focado em administração de condomínios