Temporada de verão: inquilinos temporários, problemas recorrentes
É nesta época do ano em que síndicos mais recebem queixas de barulho e desrespeito ao uso de vagas em garagens
As festas de fim de ano estão acabando. Mas a temporada de verão está apenas começando. E é exatamente esse período o preferido dos turistas que vêm à Baixada Santista. Apesar de contribuir com a movimentação da economia local, a chegada de muitos deles pode acabar se transformando em um verdadeiro pesadelo para quem gerencia um condomínio. E o motivo para tanto temor é o mesmo para síndicos profissionais da região: falta bom senso entre moradores e locatários temporários.
Segundo o aposentado Antonio Prol Gondar, síndico profissional de 12 condomínios em Santos, nesta época do ano, as queixas entre vizinhos costumam ser mais frequentes. E, em muitos casos, elas estão associadas ao excesso de barulho e ao uso de garagem.
A fim de evitar futuras dores de cabeça, ele recomenda que, antecipadamente, condôminos informem aos gestores que, durante a temporada, estarão recebendo parentes em sua residência.
”É uma situação complicada, porque pela lei não se pode limitar o número de visitantes em um imóvel. Mas é claro que deve haver bom senso por parte dos moradores”.
Síndicos defendem regras mais duras
Garagem
Um outro problema frequente durante a temporada, segundo o síndico profissional Tibúrcio Roberto Marques de Sousa, diz respeito ao uso de vagas em garagens.
“Com exceção das vagas privativas, quem tem direito ao estacionamento no condomínio é o morador. E, mesmo que nem todos os moradores do edifício possuam veículo, o uso deve estar restrito a quem reside no imóvel. Deve constar na convenção do condomínio”, explica.
Responsável pela gestão de 13 imóveis, ele afirma que sempre, de forma bastante descontraída, busca lembrar os moradores desta e de outras práticas previstas na convenção. “Eu tenho como hábito sempre afixar comunicados nas áreas comuns do condomínio. Peço a colaboração de todos para que não tenhamos problemas durante a temporada. Costumo brincar que se trata de uma operação verão”, comenta.
Inicialmente, Sousa conversa com os moradores nos casos de descumprimento à convenção. No entanto, se o problema persistir, o condômino ou o locador do imóvel para a temporada podem ser advertidos e, posteriormente, multados. “Essa prática inibe abusos”.
Áreas de lazer
Uma outra questão que deve ser respeitada por quem recebe parentes em casa durante a temporada diz respeito ao uso das áreas de lazer do condomínio. Conforme o síndico profissional, na maioria dos prédios há um número limite de visitantes que podem fazer uso do local.
“A colaboração dos condôminos é essencial. Se não houver esse controle, imagine em um prédio de 100 famílias, por exemplo, como ficaria a piscina se todos usassem ao mesmo tempo? Não haveria espaço para abrigar a todos adequadamente”.
Sousa lembra ainda que, mesmo que o número de visitantes nas áreas de lazer seja respeitado, a presença de um morador do condomínio no mesmo ambiente é obrigatória.
Regras mais duras
Em razão dos frequentes abusos, principalmente durante a temporada, o presidente do Sindicato das Administradoras de Bens e Condomínios (Siabens), Horácio Prol Medeiros, afirma que alguns condomínios em Santos já estão adotando regras mais duras.
”Em alguns imóveis, o proprietário já é orientado a informar, previamente, quantos visitantes receberá em sua residência. Essa prática inibe abusos”, comenta Medeiros, relembrando um caso emblemático em Santos.
“Tivemos um imóvel na Divisa (entre Santos e São Vicente), em que 20 pessoas estavam hospedadas em uma quitenete. Elas estavam dormindo esparramadas e algumas chegaram a ficar com as pernas para fora, na área do corredor”, lembra.
Convenção
A fim de evitar esses e outros atritos entre moradores, a convenção deve estipular algumas regras referentes ao comportamento dos moradores e frequentadores dos condomínios, disciplinando o uso das áreas comuns e solucionando os problemas mais corriqueiros, inclusive penalizando aos infratores.
Conforme o Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista, com o tempo, esses documentos tendem a ficar desatualizados. Por isso, o condomínio pode, e deve, promover revisões periódicas nesses textos, de modo a garantir-lhes eficácia.
Fonte: http://www.atribuna.com.br/
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