Nova tendência do mercado
Construtoras investem no aprimoramento de condomínios residenciais fechados
Ana Sobrinho comenta que antigamente os prédios eram voltados para quem fundaria a capital federal, sem grandes luxos
Brasília foi inaugurada há 52 anos. Pessoas de diferentes localidades do Brasil vieram para a nova capital, conhecida por ser a cidade que recebeu o povo brasileiro e o acolheu. Esses “visitantes permanentes” procuravam apartamentos com o simples objetivo de ter onde morar.
“Os primeiros prédios eram de apartamentos voltados para quem fundaria a cidade. O luxo almejado era colocar o carro na garagem e estar bem localizado, ou seja, morar perto do trabalho”, explica Ana Sobrinho, corretora da incorporadora Century 21 Capital.
Os apartamentos das quadras antigas da Asa Sul enquadram-se nesse padrão. Alguns têm garagem, outros não; alguns têm elevador, outros não. Com quartos menores e sem área de lazer privativa, esses imóveis satisfaziam a demanda do cliente. Em contrapartida, os prédios atuais chamam a atenção pela mudança na estrutura e na quantidade de itens de lazer. Carlos Eduardo Fernandes, superintendente de incorporações da Brookfield, conta como se deu essa evolução. “Antigamente, as pessoas migravam do interior para morar nas grandes cidades. Procuravam habitações e só valorizavam a planta e a localização por causa do déficit no transporte público”, avalia Fernandes. Quanto ao lazer, havia os grandes clubes. Porém, com a vida mais corrida e ocupada, a população passou a querer o que o centro de lazer público ofertava. E há lugar melhor senão no próprio condomínio?
Fernando Oliveira, diretor comercial da Imobiliária Coelho da Fonseca, acredita que essa evolução se deu, também, pela concorrência e aumento da oferta, além da necessidade de praticidade da sociedade. “Cada dia que passa nos sobra menos tempo. Se pudermos concentrar nossos afazeres em um único lugar, melhor”, acrescenta.
Construtoras de todo o País aderiram ao pedido dos clientes e sofisticaram os empreendimentos, formando os chamados condomínios-clube. Outro motivo para essa adaptação foi a saturação de espaço disponível para construir no centro da cidade.
“Hoje, em um condomínio, não basta apenas ter apartamentos. Os clientes sempre querem algo a mais: segurança, modernidade, conforto e lazer para toda a família. São itens de lazer e diversão que se tornaram comuns na maioria desses condomínios residenciais, que têm, em suma, vantagens e diferenciais”, completa.
Esse tipo de condomínio ainda está em vigor no mercado imobiliário, mas surgiram os condomínios mistos: residenciais com lavanderia, limpeza, restaurante, bar... são itens que facilitam a vida dos moradores, em sua maioria jovens e executivos, e não somente as famílias de outrora.
Residências e serviços
A atual tendência do mercado imobiliário é o condomínio mixed-use, o qual mistura edifícios residenciais, comerciais e de serviços. O primeiro condomínio desse tipo foi lançado em Águas Claras, pela Brookfield, chamado DF Century Plaza. É um conceito interessante, pois, além de reunir em um único local moradia, agrega também serviços, lazer e comércio. O morador pode, por exemplo, ir ao dentista, ao nutricionista, ao médico, entre outros profissionais, no mesmo empreendimento.
Essa nova forma de condomínio depende de serviços terceirizados e isso nem sempre funciona da melhor maneira. O modo mais funcional de concebê-lo é uni-lo aos condomínios-clube, tornando as áreas que os constituem interdependentes. “A melhor vantagem dessa tendência é que a comunidade possa usufruir desses serviços também”, opina o superintendente de incorporações da Brookfield.
Fonte: http://coletivo.maiscomunidade.com
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