Tormento em viagem
Brasileiros ficam 'presos' em apartamento na Argentina
Mineiros ficam 'presos' em apartamento de Buenos Aires por causa de coronavírus
O trio foi obrigado a ficar quase dois dias dentro do apartamento sem poder sair para comprar água ou comida, já que porteiro disse que recomendação era brasileiros em quarentena
Presos em um apartamento alugado em Buenos Aires, na Argentina, três mineiros viram a sonhada viagem de férias se transformar em angústia e medo por causa da pandemia do coronavírus. Os amigos retornaram de um passeio pelas ruas da cidade argentina, na última segunda-feira (16), e foram informados pelo porteiro de que, se entrassem no prédio, não poderiam mais sair.
Eles ficaram quase dois dias presos, sem poder comprar água e comida, e, somente nesta quarta-feira (18), conseguiram retornar ao Brasil. A justificativa dado pelo porteiro, segundo a analista de marketing Patrícia Avelar, é que a ordem do governo argentino é para que todos os brasileiros ficassem em quarentena.
"À noite, quando chegamos ao apartamento, o porteiro falou que, se a gente entrasse, não iríamos mais sair. Ficamos no apartamento sem ter como sair para comprar comida e água", contou Patrícia. Segundo ela, as passagens de volta para o grupo estavam agendadas para o próximo domingo (22), no entanto, diante da situação, eles queriam voltar ao Brasil o quanto antes e só conseguiram com a ajuda de amigos.
"A gente não sabia o que fazer. Não podíamos ir até o aeroporto remarcar as passagens, porque não tínhamos garantia que íamos conseguir de imediato e, se não conseguíssemos, a gente ficava sem ter para onde ir, já que não podíamos voltar ao apartamento. O porteiro disse que, se saíssemos, não voltaríamos mais", explicou.
O trio chegou a pensar também em voltar para o Brasil de ônibus, mas foram informados de que não passariam pela fronteira. Amigos deles que têm agência de viagem conseguiram remarcar as passagens dos três, que, nesta quarta (18), chegaram a Belo Horizonte. A viagem duraria da última segunda-feira (16), quando eles chegaram à cidade argentina, até domingo (22), mas foi interrompida pela pandemia.
"Vivi um pesadelo, e há outros brasileiros na mesma situação e sem suporte do consulado. A gente fica carente de ajuda em uma situação dessas. Ninguém nos respondia e não nos ajudava por lá. Ainda bem que amigos aqui, no Brasil, nos ajudaram", lamentou Patrícia.
O que diz o consulado
Por nota, o consulado informou que os brasileiros que estiverem com problemas devem procurar o consulado pelo e-mail cg.baires@itamaraty.gov.br.
O órgão disse ainda que, "em função das atuais restrições fronteiriças impostas na região, é aconselhável que todos os brasileiros que não residam no país remarquem suas passagens para regressarem ao Brasil tão logo quanto possível e enquanto há voos disponíveis. O cidadão deverá contatar com urgência a companhia de transporte pela qual tem passagem de retorno para antecipar a viagem, caso possível. O consulado geral alerta que as medidas para combate à propagação da doença podem evoluir de modo a dificultar o regresso do cidadão ao Brasil", informa.
O que diz o Itamaraty
O Itamaraty informou que "os consulados e embaixadas do Brasil de todo o mundo acompanham de perto a situação gerada por eventuais fechamentos de fronteiras por conta da pandemia de coronavírus, com especial atenção à situação dos turistas brasileiros. Consulados e embaixadas do Brasil permanecem à disposição para receber demandas dos brasileiros geradas por essa situação, sempre buscando prestar toda a assistência consular possível em cada caso concreto".
Ainda de acordo com o órgão, a recomendação é que os brasileiros que estiverem no exterior observem as medidas determinadas pelas autoridades locais e que, se necessário, busquem contato direto com o consulado ou embaixada do Brasil responsável pela região onde se encontram.
"Ressalta-se que nenhuma embaixada ou consulado brasileiros encontra-se fechado. No entanto, por conta das restrições impostas pelas autoridades locais, muitas vezes foi necessário adaptar o regime de trabalho, com horários especiais de atendimento ou teletrabalho. Recomenda-se aos cidadãos brasileiros checar qual o regime de trabalho de cada repartição por meio da página de embaixadas e consulados na internet", conclui a nota.
Fonte: https://www.otempo.com.br